RESILIÊNCIA: UMA BREVE HISTÓRIA SOBRE A LUTA DAS MULHERES CURDAS por Tanya Mayara Kruger


Um giro historiográfico sobre o povo curdo

De acordo com McDowall (1996), o povo curdo está entre as etnias mais antigas do Oriente Médio, sendo retratato como um povo nomâde e  mulçuamano onde encontra-se distribuída entre as fronteiras da Turquia, Irã, Iraque, Síria e Geórgia, tendo sua história vinculada às dinâmicas geopolíticas da região. Logo, o Curdistão não possui fronteiras limitadas e são considerados “ a maior nação sem Estado do mundo”.

 

Além disso, os curdos possuem uma língua propria, apesar de não poderem pratica-la em diversas partes do mundo (PESSUTO, 2017). Sobre sua identidade, Kelen Pessuto (2017, p.82), afirma:

 

“A A construção da identidade de uma nação está vinculada à língua deste povo, que se torna um instrumento de poder. A ideia de nação curda está diretamente ligada à questão do idioma curdo. Os governos soberanos, sabendo da importância do curdo como mobilizador de identidades acabam por coibir seu uso. O processo de assimilação perpetrado pelas “nações hospedeiras” (categoria nativa) - Irã, Iraque, Síria e Turquia - começa já pela língua, pois ao minar a cultura de um povo, enfraquece-se sua memória coletiva.”.

De acordo com Ribeiro (2021), os curdos têm conseguido ao longo de séculos manter sua cultura, língua e tradições, principalmente  pela forma com que se organizam politicamente, sobretudo nas regiões de  Cobane  e  Rojava:  por  meio  do  confederalismo  democrático , tendo como pilar uma sociedade anticapitalista e sem a dominação de um Estado.

 

Sobre o Confederalismo Democrático entende-se como uma  uma tentativa política  de renovar o debate sobre alternativas às instituições p tradicionais nos marcos das democracias liberais, em que há  uma organização sem a presença do  Estado, nem de um governo centralizador, se baseando para isso num conjunto de assembleias e conselhos populares (Gerber e Brincat, 2018).

 

O Confederalismo Democrático é um sistema política que unifica o povo curdo ao representar um projeto de autonomia política considerado como um dos principais instrumentos para unificação do povo curdo, o Confederalismo Democrático representa um ousado projeto de radicalização da autonomia política que envolve a formação de uma estrutura de base formada por assembleias locais que, por sua vez, elegem delegados para os conselhos municipais e assembleias regionais. Sobre o Confederalismo Democrática, de acordo com Ribeiro (2021, p.10):

“A proposta, enquanto um modelo inovador de administração política não estatal, possui cinco princípios: 1) o direito à autodeterminação dos povos; 2) a consideração do Confederalismo Democrático como um paradigma social e político não estatal, organizado no marco da “nação democrática” (Öcalan, 2018); 3) a organização política de base; 4) o caráter não independentista das instituições criadas sob este sistema, ou seja, o abandono do projeto de formação de novas unidades estatais, a partir da reivindicação da governança coletiva e autônoma das comunidades; e 5) o antinacionalismo, promovendo a integração democrática nas quatro partes do Curdistão sem questionar as fronteiras estatais” (Öcalan, 2016a: 33-34 ss.)

           

Assim, o povo curdo vem lutando pela sua autonomia e radicalização política, sendo que além de um sistema política diferenciado, a Confederação Democrática, também possuem diversos grupos armados, que dentre eles está o tema matriz deste artigo:  uma organização armada, politicamente coesa e antipatriarcal formada exclusivamente por mulheres curdas.

 

A luta das mulheres curdas

A luta das mulheres curdas está nitidamente ligada ao Partido dos Trabalhadoras Curdistão (PKK).  Em termos históricos, os primeiros anos de atuação do partido remontam a década de 1980, em que caracterizou-se pela busca da unificação  e independência do Curdistão por meio da luta armada. Dentro da partido, aos poucos, as mulheres foram se inserindo e posteriomente, ocupando às linhas de frente da guerrilha e se tornaram parte do movimento de libertação nacional (RIBEIRO, 2021). De acordo com Ribeiro (2021, p. 10):

 

“Decorreu dessa inclusão um questionamento inicial do sistema patriarcal e das especificidades do lugar social ocupado pelas mulheres no projeto de libertação nacional (Cansiz, 2017), crítica que incentivou a produção de espaços exclusivos para a articulação sociopolítica das mesmas, e da construção teórico-ideológica de argumentos que questionam o caráter sexista do militarismo, a partir dos anos 1990” (Al-Ali e Tas, 2018a; Bergikhani et al., 2018; Chaguri e Paniz, 2019).

 

Outro aspecto de suma importância das mulheres dentro do movimento foi a sua percepção do conceito de família, na qual as mulheres curdas compreendiam que a família desempenha um papel fundamental na manutenção das estruturas de dominação, opressão e exploração masculina. Essa percepção é de grande valia, tendo em vista que o conceito de família é um dos principais conceitos discutidos dentro do movimento feminista, seja ele ocidental, oriental, de viés à direita ou à esquerda. Segundo Ribeiro (2021, p.130) “sendo assim, a subversão das estruturas patriarcais esteve presente, ainda que em menor medida, desde os primórdios das organizações de mulheres na região.”

 

Contudo, vale ressaltar que as mulheres curdas não se intitulam feministas, tendo em vista que a sua proposta é uma ideologia “decolonial”, na qual buscam novas concepções, partindo do seu próprio contexto histórico- cultural. Acerca dessa afirmação Ribeiro (2021, p.15) disserta: “a mobilização das mulheres curdas não significa uma afiliação direta ao feminismo, pois no movimento alguns setores ainda reivindicam uma forte crítica a um modelo de feminismo liberal, capitaneado pelo pensamento ocidental hegemônico” (Akan, 1992). Nos dias de hoje poder-se-ia dizer que não há um posicionamento homogêneo a respeito da filiação do movimento de mulheres curdas ao feminismo, pois, no interior do movimento, segmentos se posicionam criticamente a respeito do que consideram uma falta de radicalidade de um feminismo hegemônico, composto por mulheres que em grande parte fazem parte da elite social no mundo ocidental (Comité de Jineologî, 2017).

 

Mesmo assim, a jineolojî aposta nas epistemologias feministas que criticam as ciências sociais e que “desmascaram o patriarcado” (Diyar, 2021), criando uma proposta epistemológica ao mesmo tempo anticolonial, antissistêmica, coletiva e transnacional.

 

De acordo com Ribeiro (2021), o movimento das mulheres irá se unificarar a partir de 1987,onde na Alemanha Fruto, foi fundada a União das Mulheres Patrióticas pelo Curdistão (YJWK, na sigla original). A criação dessa entidade, estava voltada para reinvindicar a indepência dos povos curdos e além disso, ela também trazia contestação dos papéis de gênero atém mesmo dentro das proprias organizações armadas.

 

Diante disso, a partir dos anos de 1980, com a criação das primeiras guerrilhas, as mulheres se engajavam cada vez mais na frente de combate. Vale resslatar, segundo Ribeiro (2021, p. 21): “tal adesão teve como cenário a intensificação dos conflitos na Turquia, a repressão política aos movimentos sociais e as práticas discriminatórias que impactam a vida das mulheres.”

 

Assim, a inserção na luta armada não só eram um eixo pela autonimia dos povos curdos, mas também acabou tornado-se um valiosso meio de contestação feminina a cerca dos pepeis de gênero e da opressão sofrida pelas mulheres  (Ribeiro, 2021). Logo, é através das  montanhas do Curdistão,  as mulheres se uniram às linhas de frente do PKK para fugir de casamentos forçados, violência doméstica, opressão, humilhação e reclusão (Akan, 1992; Al-Ali e Käser, 2020).

 

A partir da década de 1993, foram criadas as primeiras organizações  combatentes compostas exclusivamente por mulheres, como a União das Mulheres Livres do Curdistão (YJAK, na sigla original), mais tarde chamada de YJA-Star. Dentre os diversos objetivos dos grupos, destacam-se a anti-patriarcalismo (RIBEIRO, 2021).

 

Como vimos, outras organizações ja vinham sendo criadas desde a década de 1980, contudo,  de acordo com Pessuto (2017, p.135) : mas a partir da criação da YPJ, “criou-se  uma estrutura feminina própria, com suas próprias demandas”.

 

No ínicio dos ano 2000, foi fundada a União Estrela das Mulheres Livres (Yekîtiya Star, no original), uma organização voltada a atuar no território de Rojava. Vale ressaltar que, Rojava,  fica localizada entre as regiões norte e leste da Síria desde 2012, sendo uma região autônoma sendo instaurados alguns princípios da base do povo curdo, como o Confederalismo Democrático, a igualdade de gênero, a ecologia radical e a democracia direta (Silva, 2017; Dirik, 2018; Schmidinger, 2018; Amorosi, 2019). De acordo com siglana (RIBEIRO, 2021):

 

“Contando com mais de quatro milhões de habitantes, é o principal símbolo da luta antipatriarcal das mulheres na região a partir da intervenção do Congresso Estrela e a formulação de um conjunto de diretrizes que buscam fortalecer a perspectiva das mulheres na sociedade. Sua criação visou responder às reivindicações de um efervescente movimento de mulheres que operava clandestinamente na região havia alguns anos”.

 

O governo Sírio em contrapartida reagiu de forma repressivar com relação  às organizações curdas o que fez com que esses brigas agissem na clandestinidade. Contudo, em 2011 a organização deixou a clandestinidade e foi criando conselhos de mulheres na cidade s[iria de Damasco, Aleppo, Rakka, dentre outros, tendo como objetivo a organização política, gestão de autogoverno, e discussões acerca dos papeis de gênero e empoderamente feminino.Nesse período, também foram criadas academias de estudos dirigidos voltado para a  jineolojî (RIBEIRO, 2021)

 

Tratando-se de do termo jineoloji, refere a uma ruptura com os grupos hegemonivos para a elaboração de uma nova teoria baseada com a realidade social do grupo em questão. Autoras como Bell hooks (2000) e Patricia Hill Collins (1997, 2000, 2018), ja defendiam a importância da valorização epistemológica (RIBEIRO, 2021). Acerca dessa temática, Ribeiro (2021, p. 26):

 

“Por meio do que podemos chamar de uma historiografia feminista (herstory) a jineolojî objetiva identificar o papel atribuído às mulheres nos diferentes períodos da humanidade propondo compreender suas especificidades e oferecer oportunidades para a elaboração de alternativas epistêmicas à dominação masculina e políticas centradas no modo de vida das mulheres (Comité de Jineologî, 2017). Em vista disso, a ação das mulheres e a elaboração de uma epistemologia crítica depende do estabelecimento de espaços voltados para a sua organização e empoderamento”.

 

Assim, no ano de 2016 a União Estrela mudou de nome e passou a chamar-se Congresso Estrela, tendo como objetivo uma transformação no só de nomenclatura, mas também reconhecer e incoporar mulheres das mais diversas tribos, etnias e religião. Além disso, o Congresso também passou a organizar de forma horizontal assembleia e fundações estruturadas em espaços de participação direta.

 

Dentre essas organizações política, de acordo com Ribeiro (2021), vale destacar as “casas das mulheres”, que funcionam como um centro para acolher mulheres vitimas de violencia de gênero nas mais diferentes cidades, sendo a primeira dessas casas fundada no ano de 2011 em Qamisho. Sobre este Congresso Ribeiro, (2021, p. 22) ressalta:

 

“Sua agenda de trabalho é dividida, administrada e executada por meio de dez comitês: justiça, municipalidades e meio ambiente, arte e cultura, relações políticas, autodefesa, economia participativa, relações diplomáticas, educação, mídia, e relações sociais (comunidade civil). Todos estes comitês trabalham sob a orientação dos princípios da jineolojî e são administrados exclusivamente por mulheres. O destaque entre os comitês vai para as associações e cooperativas criadas para a emancipação econômica das mulheres. O conceito de economia solidária é utilizado por essa organização com o objetivo de promover o empoderamento econômico das comunidades em um contexto de guerra e de embargo impetrado pela Turquia e pelo Iraque, países fronteiriços a Rojava”.

 

Desse modo, há décadas as mulheres vêm lutando pela pela autonomia e emancipação dos povos curdos, além de resistirem constantemente a dominição/ opressão de uma sociedade moldado pelos paradigmas do patriarcado. Assim,  através da história da luta das mulheres curdas, é possivel visualizar um caminho na qual é se é possível mudar a os papéis de gênero e o começo de uma emancipação feminina (MIRANDA, 2013).

 

Considerações finais

 A lutas das mulheres curdas  é de suma importância para a compreensão do movimento de emancipação das mulheres. De acordo com Brito (2020), as revolucionárias do Curdistão relatam que enquanto o dito “feminismo hegemônico” lutam pela democracia esquecendo muita das vezes que o patriarcado está intrisicamente ligado ao capitalismo.

 

Além disso, os mais diversos movimentos feministas em toda a sua pluralidade, tende a ter como precisa ideologica um feminismo eurocentrico, que muita das vezes acaba não abrangindo a sua real realidade enquanto grupo (BRITO, 2020).

 

Diante disso, o movimento das mulheres curdas ganha grande projeção pois, além de ser uma movimento de guerrilha armada, composto exclusivamneto por mulheres, esse grupo também leva em consideração a “guerra” contra a cultura dominante ao reestabelcer papeis de gênero secularmente impostos (BRITO, 2020).

 

Dessa forma, o presente artigo ao analisar brevemente a história das mulheres curdas, teve como objetivo elucidar a grande contribuição desse movimento para as mulheres de todo o mundo e a compreensão de que a revolução só  começa quando há de fato a libertação dos grupos secularmente dominados pelo sistema patriarcal.

 

Referências

Tanya Mayara Kruger tem História Social das Relações Políticas (PPGHIS) pela Universidade Federal do Espírito Santo (2020) e membro do Laboratório de Estudos de Gênero, Poder e Violência (LEG-UFES).

 

AKAN, Sara (1992), “Women in Kurdistan: A History of Their Struggle since the ’70s”, in Kurdistan Solidarity Committee (org.), Kurdish Woman: The Struggle for National Liberation and Women’s Rights. Interviews and Articles. London: KSC-KIC Publications, 7-16.

 

AKKAYA,Ahmet H.; Jongerden, Joost (2012), “Reassembling the Political: The PKK and the Project of Radical Democracy”, European Journal of Turkish Studies, 14.

 

AKKAYA,Ahmet H.; Jongerden, Joost (2014), “Confederalism and Autonomy in Turkey: The Kurdistan Worker’s Party and the Reinvention of Democracy”, in Cengiz Gunez; Welat Zeydanhoglu (orgs.), The Kurdish Question in Turkey. Oxon: Routledge, 186-204.

 

COLLINS, Patricia Hill (1997), “Comment on Hekman’s Truth and Method: Feminist Standpoint Theory Revisited: Where’s the Power?”, Signs, 22, 375-381.

COLLINS, Patricia Hill (2000), Black Feminist Thought: Knowledge, Consciousness, and the Politics of Empowerment. New York/London: Routledge.

 

COLLINS, Patricia Hill (2018), “Se perdeu na tradução? Feminismo negro, interseccionalidade e política emancipatória”, Parágrafo, 1, 6-17.

 

PESSUTO, Kelen. Made in Kurdistan: Etnoficção, infância e resistência no cinema curdo  de Bahman Ghobadi. 2017. 401 f. Tese (Doutorado em Antropologia Social) Faculdade de  Filosofia, Letras e Ciências Hu manas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.

 

RIBEIRO, Maria Florencia G.; GUGLIANO, A. A. . Resistir é viver. Notas sobre a luta política das mulheres curdas por uma sociedade antipatriarcal no século xxiResisting Is Living. Notes on the Kurdish Women?s Political Struggle for an Anti-Patriarchal Society in the 21st CenturyRésister c’est vivre. Notes sur la lutte politique des femmes kurdes pour une société antipatriarcale au XXIe siècle. REVISTA CRÍTICA DE CIÊNCIAS SOCIAIS, p. 29-52, 2021.

12 comentários:

  1. Tanya primeiramente quero elogiar seu trabalho pela perspectiva da luta das mulheres contra o sistema opressor. Histórico-socialmente as mulheres vem tentando nas lutas terem seus espaços diante da sociedade que por muitas esses espaços machistas causam embates, como no nosso atual contexto politico que vivemos, como no Brasil. As mulheres Curdas sendo assim tiveram um papel significativo em seus direitos e que ainda são reconhecidas pela sua história de luta nos momentos de hoje?

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  2. Tanya primeiramente quero elogiar seu trabalho pela perspectiva da luta das mulheres contra o sistema opressor. Histórico-socialmente as mulheres vem tentando nas lutas terem seus espaços diante da sociedade que por muitas esses espaços machistas causam embates, como no nosso atual contexto politico que vivemos, como no Brasil. As mulheres Curdas sendo assim tiveram um papel significativo em seus direitos e que ainda são reconhecidas pela sua história de luta nos momentos de hoje? ATENCIOSAMENTE ELOIS ALEXANDRE DE PAULA

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    1. Boa tarde. Sim, esses movimento é de suma importância, principalmente, em minha visão, pela teoria do jineoloji, em quem a visão do "oprimido" e a sua reliadade social entram em questão, através do pensamento decolonial. Além disso, essas mulheres têm uma luta ativa contra o Estado Islâmico.
      Att,
      Tanya Kruger

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  3. Olá, Tanya Kruger! Tudo bem?

    Seria a jineolojî uma ciência das mulheres?

    Obrigada por me apresentar, de forma tão didática, essas mulheres.

    Gisele Oliveira de Lima

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    1. Oá, boa tarde. A jineoloji ná é especificamente uma ciência voltada para as mulheres, mas sim para as minorias, com o objetivo de revisitar o passado sob o olhar daquela sociedade/comunidade em questão, tirando o pensamento decolonial

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  4. Boa noite!

    Excelente texto!

    Os homens aceitaram pacificamente a integração dessas mulheres na luta armada?

    Vanessa Beltrão

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    1. Boa tarde. No caso, elas possuem uma organização própria, exclusiva para as mulheres, focada em uma sociedade matriarcal

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  5. Ana Paula Sanvido Lara5 de outubro de 2022 às 18:09

    Boa tarde, Tânia, parabéns pelo artigo.
    Você pode indicar materiais que possibilitem trabalhar essa questão em sala de aula, no Ensino Médio?

    Ana Paula Sanvido Lara

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    1. Ola, boa tarde. Acredito que além das fontes que utilizei, matérias jornalísticas são extremamente interessantes, tais como https://veja.abril.com.br/mundo/quem-sao-as-mulheres-curdas-que-combatem-o-estado-islamico/

      Att,
      Tanya Kruger

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  6. Olá Tanya, parabéns pelo artigo. Fascinante e inspirador! Fiquei com duas dúvidas/curiosidade. De que modo os curdos se organizam em uma estrutura antiapitalista? Esse confederalismo democrático também promove, de algum modo, uma noção de coletivização da propriedade, dos meios de produção? A outra dúvida é com relação ao nacionalismo curdo, pois sempre etendi que os curdos lutam para formar um Estado Nação próprio ao menos desde o fim da Primeira Guerra Mundial com o colapso dos otomanos, mas como você disse que eles seriam antinacionalistas e não buscam questionar as atuais fronteiras estatais, fiquei em dúvida. Muito obrigado!

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