QUERO SER COSPLAYER: PERTENCIMENTO por Alexia Henning

 

O presente artigo é fruto de dois anos de pesquisa de Iniciação Científica, o qual tive a oportunidade de realizar durante minha graduação, já finalizada, cujo objetivo consistiu em estudar o cosplay mediante a um levantamento bibliográfico a respeito do tema, com a finalidade de perceber quais são as áreas de conhecimento que se apropriam da discussão acerca do cosplay o que tornou possível uma análise no que remete as representações culturais associadas as práticas cosplay. Permitiu também, conhecer o perfil dos cosplayers brasileiros na contemporaneidade por meio da aplicação de questionário, para identificar as características destes praticantes, bem como a forma que conheceram a atividade, motivações, significações e experiências, sendo assim destaco que conforme o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido [TCLE], os nomes dos participantes são preservados em absoluto sigilo, para tal optei pelo uso de pseudônimo - nome fictício - em suas identificações, nomes dados pelos colaboradores ao listar cosplays já realizados.

 

Cultura pop

Para contextualizar a presente discussão, exponho a obra organizada por Luyten [2005]: “Mangá e a cultura pop”, tendo em vista que, a autora, pontua o reconhecimento da palavra “pop” nos Estados Unidos interligada com o gênero musical mais ouvido pelos jovens durante os anos 60 e 70. Contudo, o que Luyten [2005] também nos conta é que foi mediante às obras de Roy Lichtenstein, o qual teve inspiração nas histórias em quadrinhos produzidas no Oriente, os famosos mangás, que o termo “pop art” passa a ser conhecido.

 

Portanto, as histórias em quadrinhos ganharam o status de arte, visto que a mesma tem essa tendência a seguir o que é difundido pelos meios de comunicação e publicidade. Em outras palavras, o termo o qual muitos utilizam e lembram, “cultura pop”, nada mais é do que um poderoso reflexo da sociedade na qual vivemos e não se restringe somente ao aspecto estético [LUYTEN, 2005].

 

No entanto, esse termo diz respeito a um fenômeno recente e totalmente diferente da cultura popular, ou seja, está relacionado ao uso da mídia na criação e divulgação de novos ícones e contos, falamos do impacto da industrialização, como também a massificação na geração de referências comuns a um povo [SATO, 2007].

 

É sempre válido retomarmos discussões já pontuadas em outras produções acadêmicas, tais como o contexto de surgimento da “cultura pop”, a qual se deu mediante ao período pós segunda guerra mundial, devido a derrota do Japão e a instalação de um governo americano no país dando início a uma abertura cultural onde a sociedade japonesa tomou para si os valores do “american way of life” - estilo de vida americano - sofrendo uma readaptação ao seu estilo oriental.

 

Emerge, no Japão em 1970 uma indústria de entretenimento massivo produzindo mangás, animes, videogames, filmes de ficção cientifica e de efeitos especiais, estatuetas de animes, etc. [NUNES, 2013]. Segundo Sato [2007], foi por meio de um tipo de seleção natural pelo consumo do público que houve o destaque dessas produções, isso integra à cultura pop, pois remete a algo que tem ou teve grande identificação popular e, consequentemente permaneceu na memória tornando-se referência comum.

 

As considerações de Luyten [2005], auxiliou na pesquisa a entender como foi esse cenário de expansão editorial dos mangás e consequentemente das produções audiovisuais, os animes, a partir dos anos de 1990 no Brasil, década a qual eclodiu a prática cosplay em terras brasileiras. Essa configuração, como produto global, ocorreu por conta da diferenciação estética, aliada às narrativas que trazem dramas humanos universais.

 

Consumo cultural

Há um apreço e um apoio muito grande pela cultura pop, marcada principalmente pelo cosplay, o qual remete a uma cultura lúdica contemporânea construída ao longo do século XX por pessoas apaixonadas pela literatura ou mídia fantástica.

 

O mercado estabelece compromisso com o jovem/adulto, oferecendo caminhos que prometem a felicidade e a satisfação. Esse sistema capitalista, ou seja, a produção voltada para esse público auxiliou seus mais diversos estilos de vida e conceito de moda, ajudando assim os consumidores a constituírem uma identidade social.

 

A imaginação do ser humano é incrível, pelo que pude perceber em minha vivência e observações, as pessoas transformam produtos recicláveis em peças incríveis para compor seu traje.

 

Mas é sempre importante ressaltar que apesar das mais vastas formas de se fazer cosplay, a decisão pode exigir do indivíduo um certo investimento monetário e, também o seu tempo. E isso é o mais notável nas respostas dos colaboradores da pesquisa: “[...] avaliar o financeiro e tempo. [...]” [HOMEM-ARANHA, 33 anos]; “[...] a falta de recursos financeiro atrapalha [...]” [MEPHISTO, 22 anos]; “[...] uma ótima válvula de escape e forma de fazer amigos, mas infelizmente virou um peso financeiro por causa da minha situação financeira, estou em um hiato [...]” [HATSUNE MIKU, 23 anos].

 

É evidente que o produto cultural é ligado a arte e entretenimento, assim os benefícios destes é o processo de integração e exclusão social, o que pode ser delimitado pela “falta de recursos”.

 

A busca de um objeto que possa garantir a construção de sua identidade e que descreva a que grupo ele pertence. Em outras palavras, como afirma Pagani [2012], o declínio da identidade única, se encontra em espaço incerto, fazendo com que surja um desejo e uma busca por uma identidade que lhe traga segurança.

 

O consumismo é uma fonte de preservar e renovar a individualidade, ou seja, a individualidade carrega uma contradição, a qual precisa da sociedade para se realizar e, perpassa pela sensação de ser único, ao mesmo tempo, pela pluralidade ao encontrar nessa prática elementos que constituí o campo de identificação.

 

Brincando de faz de conta

Esse objeto de admiração em comum, transforma certos hábitos e costumes destes fãs, possibilitando o desenvolvimento de novos hobbies. Portanto, o cosplay nada mais é do que o engajamento apaixonado em uma atividade.

 

É notório mediante as respostas obtidas no questionário que para seus praticantes não é suficiente apenas gostar dos mangás e animes, há uma vontade de se introduzir mais no universo, assim, os cosplayers experimentam essa imersão a uma atividade.

 

Analisando alguns dados sobre: o que significa fazer cosplay; identificamos duas respostas que são pertinentes a essa imersão da atividade a qual Le Breton [2018] enfatiza. Uma delas é descrita por Uzumaki de 30 anos, o qual expõe a atividade como: “Uma válvula de escape da realidade e um modo diferente de se expressar.” A outra resposta apresentada por Neji Hyuga, de 24 anos, não muito diferente da anterior diz que a prática é: “Meu momento de ‘fuga’ da realidade para interpretar personagens que gosto. Também se tornou um momento de interação com pessoas que compartilham dos mesmos gostos que eu.”

 

É importante enfatizar que não se trata de considerar essa prática como fugas desproporcionais da vida real, mas sim um jogo de faz de conta, que alimenta as fantasias dos praticantes e, lhe dá suporte para significar o mundo, algo que possa ir além de momentos de pura diversão e entretenimento, sendo também e, principalmente, uma forma de se comunicar.

 

Pondera-se até mesmo fazer uma alusão com a noção de transe, possessão e consequentemente o êxtase religioso, o qual Lewis [1977] aborda. Ele expõe em sua obra “êxtase religioso: um estudo antropológico da possessão por espírito e do xamanismo” como o transe se configura, expondo como a ausência temporária ou completa da alma do indivíduo, representa até mesmo uma possessão.

 

Contudo, tomo como base uma discussão no sentido de uma vivência do cosplay, de como as mentes e as práticas contemporâneas podem ser associadas com as questões religiosas, mas claro, não é uma religião.

 

Os estados de transe podem ser induzidos por diversas formas de estímulos, de modo que, ao pensarmos no indivíduo em um estado de transe, ele estaria obtendo uma condição limiar entre os dois planos.  Por isso, ao serem questionados como se sentem de cosplay, nota-se semelhanças em suas respostas ao que se refere as reflexões acima;

 

“A sensação é excelente, é como estar em outro corpo, praticamente ninguém olha para mim e vê a parte que eu não quero como é de costume, eles veem o personagem, vem conversar, interagir etc. e nem te olham reparando o que você realmente é por baixo do cosplay, não te julgam nem passam sentimento de pena como eu costumo presenciar todo dia” [NOTURNO, 32 ANOS].

 

“É como se estivesse em uma realidade diferente, como se ao entrar no personagem minha pessoa em off estaria ‘dormindo’ com isso passo a me entregar de corpo e alma a aquilo que estou fazendo, onde me sinto confortável para interagir com os outros e feliz por estar ali.” [BULMA, 21 ANOS].

 

Faz com que seus praticantes fujam da realidade, mas não completamente, pois tudo faz parte de um jogo, brincar de ser alguém que não é, sem deixar de ser você mesmo. Ou seja, a atividade é vista como uma forma de controle exercido sobre a vida cotidiana diante das agitações do mundo.

 

#VidasNegrasImportam

Os participantes de uma mesma subcultura ou grupo, nunca serão homogêneos, pois cada um deles possuí múltiplas identidades sociais.

 

“[...] O fato de duas pessoas serem de uma mesma nacionalidade é apenas uma característica na vida dessas duas pessoas. É preciso levar em conta também as diferenças entre elas. Apesar de terem a mesma nacionalidade, essas pessoas podem ser de regiões diferentes do mesmo país, podem ter nascido em épocas diferentes, ter diferentes religiões, sexos, orientações sexuais, profissões, hábitos, etc.” [ALMEIDA, 2018, p.25].

 

Marcos Antônio Bin [2015] expõe em seu ensaio denominado: “Espaço urbano, performance e memória: a poética do corpo na poesia marginal e na cena cosplay”, o espaço de muitos jovens e adultos adeptos da prática e, também apresenta os problemas de preconceito, sendo eles os mais variados.

 

O cosplay oferece ao seu praticante um sentimento de prazer e satisfação ao representar seu personagem favorito, mas, como aponta Bin [2015], nem todos praticam de modo aberto e declarado. No Universo dos animes, mangás e histórias em quadrinhos - entende-se por histórias em quadrinhos produções do Ocidente, de leitura da direita para esquerda, diferente dos mangás - encontrar personagens negros é difícil, e muitas vezes faz com que os praticantes negros se manifestem de formas distintas.

 

As imagens passam a ser o ideal de algumas pessoas, logo, por conta delas que fazem parte de determinadas narrativas, o indivíduo passa a se esforçar para ter essa idealização. Assim, há o preconceito quando o cosplay provém de pessoas de biotipos, gêneros e raças diferentes dessas imagens preconcebidas, pois para alguns a noção de uma representação apresenta uma concepção estabelecida [GOFFMAN, 2002]. Contudo ao analisar uma extensa bibliografia relacionada a temática e, relatos de pessoas que são adeptos da prática há mais de 5 anos, o preconceito mais notável é o racial.

 

Como aponta Portelli [2016], história oral é uma arte da escuta, a qual é baseada em um conjunto de relações. Portanto, aqui podemos perceber uma troca mútua de experiências, isto é, há uma estruturação sobre um solo comum que torna o diálogo possível. Mas é importante lembrar que: “[...] Pontos em comum não precisam significar uma identidade compartilhada, mas sim uma disposição compartilhada de ouvir e de aceitar o outro, criticamente. [...]” [PORTELLI, 2016, p. 14].

 

A desconstrução social é um fator importante em nossas vidas, mas nem todos estão dispostos a realiza-la. E, principalmente quando paramos para refletir uma época a qual diz Naruto [30 anos]: “[...] mal existiam cosplayers pretos na comunidade [...]” e como nota-se com Tempestade, de 25 anos com menor tempo dentro da comunidade, quando comparado a Naruto, ao expor que seus cosplays nem sempre eram aceitos pelo fato de ser negra, mas segundo a mesma, não sofre mais este tipo de repressão.

 

A repressão diante deles sempre esteve e continua presente, contudo, de uns anos pra cá, pelo menos desde quando me vi encantada com o universo do cosplay, pude notar que a inserção de cosplayers negros na comunidade cresce cada vez mais e, isso é algo fantástico, visto que, os integrantes desta prática cultural esforçam-se por desafiar a desigualdade social e racial, afirmando uma identidade.

 

Dessa forma, mais uma vez trago para a presente discussão acontecimentos relacionados ao ano de 2020, o qual podemos salientar o engajamento sobre a hashtag #VidasNegrasImportam a série de postagens com a divulgação de trabalhos e referências de profissionais negros das mais diversas áreas são uma forma de manifestações coordenadas na internet.

 

O surgimento desse movimento, segundo Carvalho e Sargentini [2020], diz respeito a uma organização global que visa cessar a supremacia branca e construir um poder local para reivindicar e operar contra a violência vivenciada pelas comunidades negras. Fundada em 2013 como resposta à absolvição do segurança George Zimmerman, responsável pelo assassinato de Trayvon Martin, adolescente negro, estudante do ensino médio e residente do estado da Flórida, nos Estados Unidos. Suas ações são predominantes nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido e se autointitulam como um coletivo de libertadores o qual acreditam em um movimento inclusivo e expansivo [CARVALHO; SARGENTINI, 2020].

 

Sendo assim, diante do caso George Floyd, homem negro o qual foi brutalmente assassinado por um policial branco nos Estados Unidos da América no ano de 2020, o movimento tem tomado grandes proporções e ganhado visibilidade nas mídias, principalmente por meio das redes sociais com suas campanhas e ações coordenadas pelo mundo, inclusive aqui no Brasil, que é o nosso enfoque.

 

Essas ações visam diferentes pautas no seio do movimento negro, tais como reforma da imigração, violência policial, responsabilização política, interferência em campanhas eleitorais políticas, investimentos públicos e alocação de recursos para as comunidades negras.

 

Mas o que isso tem a ver com a cena cosplay e o perfil de seus praticantes? Segundo Marcos Bin [2015], os corpos negros e das periferias, são marcados pelo descaso secular, vivenciaram e vivenciam os obstáculos da dívida social e racial, só recentemente conquistaram outras perspectivas de vida, como o direito de inserirem-se no tempo da história.

 

Na cena cosplay, estas pessoas conquistam seus direitos, onde se assimila os signos de uma sociedade moderna e pós-industrial, os seus corpos tomam o centro da atenção para se expressarem e usufruírem dos prazeres livremente [BIN, 2015]. Ao mesmo tempo que se esforçam para estarem presentes diante de uma multiplicidade de oportunidades e, como já mencionei desafiam a desigualdade ao alcançarem a superação do preconceito nas mais diversas facetas, mesmo que ainda de modo reduzido.

 

Na sociedade em si, percebe-se a multiplicidade de memórias fragmentadas e divididas as quais Portelli [2006] menciona em seu ensaio sobre Civitella, e a mesma não se trata de conflitos entre uma memória “oficial” e “ideológica”, já que todas são examinadas. Ao destacar a resposta de Plena [28 anos] que ao ser indagada da mesma forma que Tempestade e Naruto, responde: “[...] as pessoas gostam do que eu produzo, mas também sei que ser uma mulher branca e magra gera mais aceitação por eu estar num padrão estético. [...]”.

 

Essa prática de ressignificação de seus ídolos no próprio corpo, os conecta de algum modo em um mesmo prazer mimético e, ao transportarem esses personagens da ficção para a realidade, constroem suas experiências singulares e despertam fazeres criativos.

 

Dar vida a um personagem para esses indivíduos significa expressar em seus corpos as suas marcas, os seus pertencimentos, seja elas manifestadas em cada produção, lugares por onde passa e atuam, isto é, sejam oriundos dos bairros mais privilegiados ou das zonas de maior vulnerabilidade social [BIN, 2015]. Buscam formas de reconhecimento, capturam a representação simbólica das narrativas para se fazerem ouvir, procuram, a partir do ícone, ganhar a visibilidade que muitas vezes lhes é negada.

             

Conclusão

Na contemporaneidade, muitos desejam construir identidades cada vez mais rígidas, portanto, essas memórias plurais, móveis e mutáveis, são mobilizadas para tentar construir as identidades que alguns desejam sempre mais estáveis e duradouras, até mesmo essenciais, visto que hoje, muitas memórias são destruídas ou desaparecem, mas, ao mesmo tempo, outras nascem menos expansivas, mais particulares, mas frequentemente abundantes, por sua vez elas se transforma em fundamentos de identidades em recomposição [CANDAU, 2011].

 

Os praticantes provêm das mais variadas camadas sociais e com uma diferenciação de idade entre eles. Contudo, a prática cosplay, diante das questões apresentadas é uma maneira de usar a criatividade de um jeito divertido, funcional e dentro de um universo o qual o adepto se interessa, é ultrapassar os limites do quanto se pode criar e inovar, um processo de autoconhecimento e, também um lugar confortável onde a “liberdade” prevalece.

 

“Cosplay é para todos!” [SAKURAPRONGS, 30 ANOS].

 

Referências:

Alexia Henning, possuí graduação em História Licenciatura pela Universidade Estadual de Maringá. Membro do Grupo de Pesquisa em História das Crenças e Ideias Religiosas [HCIR, CNPq]. Desenvolveu pesquisas na área de História, História Cultural, Narrativas e Identidades no Brasil do século XXI, voltada para o estudo da prática cosplay na contemporaneidade [2019-2021]. E-mail: alexiahenning330@gmail.com.

                  

ALMEIDA, Cleusa Albilia de. Consumo Cultural nas práticas juvenis. Curitiba: Appris, 2018.

 

BIN, Marco Antonio. Espaço urbano, performance e memória: a poética do corpo na poesia marginal e na cena cosplay. In: NUNES, Mônica Rebecca Ferrari. Cena cosplay: Comunicação, consumo, memória nas culturas juvenis. [S. l.s. n.], 2015.

 

CANDAU, Joel. Memória e identidade. São Paulo: Contexto, 2019.

 

CARVALHO, Ingrid Cunha de; SARGENTINI, Vanice. VIDAS IMPORTAM E A FALSA SIMETRIA: O DISCURSO EM MOVIMENTOS SOCIAIS. Humanidades e Inovação, [s. l.], v. 7, n. 24, 2020.

 

GOFFMAN, Erving. A Representação do Eu na Vida Cotidiana. 10. ed. [S. l.]: Editora Vozes, 2002.

 

LE BRETON, David. Desaparecer de si: Uma tentação contemporânea. [S. l.]: Editora Vozes, 2018.

 

LEWIS, Ioan M. Êxtase Religioso: um estudo antropológico da possessão por espírito e do xamanismo. SP, Perspectiva, 1977

 

LUYTEN, Sonia M. Bibe. Mangá e a cultura pop: um lugar para pertencer. In: LUYTEN, Sonia M. Bibe. Cultura pop japonesa: Mangá e animê. [S. l.s. n.], 2005.

 

NUNES, Monica Rebecca Ferrari. A cena cosplay: vinculações e produções de subjetividade. FAMECOS, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 430-445, maio/agosto. 2013.

 

PAGANI, Clarisse Ribeiro. Autoconceito, identidade e consumo cultural: análise qualitativa do grupo social dos cosplayers. 2012. 10 - 240 p. Dissertação (Mestrado em Administração) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2012.

 

PORTELLI, Alessandro. O massacre de Civetella Val di CHiana (Toscana, 29 de junho de 1944): mito e política, luto e senso comum. In: FERREIRA, Marieta de Moraes; AMADO, Janaína. Usos & Abusos da História Oral. [S. l.s. n.], 2006.

 

PORTELLI, Alessandro. História oral como arte da escuta. São Paulo: Letra e Voz, 2016.

 

SATO, Cristiane A. JAPOP: O poder da Cultura Pop Japonesa. São Paulo: NSP-Hakkosha, 2007.

10 comentários:

  1. Olá, Alexia. Tudo bem?
    Antes de tudo, gostaria de parabenizá-la pela comunicação excelente. Sem dúvidas o cosplay é uma atividade que cresce cada vez mais graças a uma juventude lúdica e ávida por consumir tudo que está relacionado ao seu próprio processo de identificação com os personagens retratados. No entanto, surge uma dúvida: sabendo que a atividade é praticada por pessoas provenientes de várias camadas sociais, de que maneira é possível combater os diversos tipos de preconceito dentro do cenário cosplay para fins de torná-lo um espaço amplo, receptivo e democrático? Grato pela atenção.

    Assinado: Vinicius Maciel Braga

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    1. Boa noite, muito obrigada pela pergunta.
      Bom, em primeiro lugar é fato que precisamos reconhecer que o preconceito é um problema estrutural e a cena cosplay não está isenta do mesmo, sendo assim adotar uma postura a qual possa garantir a representatividade, promovendo uma hospitalidade para que as pessoas se sintam mais à vontade diante da cena.
      Sendo assim, ao garantir a valorização dessa diversidade, faz com que estes integrantes se esforçam por afirmar mais ainda suas identidades e consequentemente incentive novos cosplayers a se adentrarem neste universo magnifico.

      Assinado: Alexia Henning

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  2. Bom dia, Alexia.
    Na qualidade de cosplay e historiadora, devo dizer que achei sua reflexão muito interessante. Em primeiro lugar, a questão sócio econômica influi MUITO na hora de montar um cosplay, muitas vezes em concursos pessoas com poder aquisitivo mais elevado acabam se destacando de levando boa parte das premiações. Contudo, pessoas pouco abastadas e com muita criatividade por vezes conseguem se sair bem nesse cenário [por mais que ainda sejam exceções]. Quanto ao hobbie em geral, é lamentável dizer que na comunidade cosplay ainda há muita discriminação, tanto de classe, como de raça, gênero e até mesmo regional. Como você acha que essas ações discriminatórias podem ser minoradas em nossa comunidade? Você acha que os eventos poderiam ser mais inclusivos com cosplays não brancos?
    Assinado: Krishna Luchetti, mestre em História dos Espaços pela UFRN.

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    1. Boa Noite Krishna, muito obrigada pelas reflexões e perguntas levantadas.

      De fato, a questão socio econômica influencia em muito principalmente no que se refere aos concursos cosplays, e raros são as exceções que tendem a esse destaque.
      Em minha opinião, acredito que apesar de ter muitas melhoras, ainda há muito preconceito. Já vi com meus próprios olhos jurados de concurso cosplay dando nota inferior para cosplayers por não se encaixarem no padrão. Cosplays os quais estavam magnifico e digo isso com certa propriedade, pois já fui jurada de alguns concursos.
      Uma ideia para que estas questões possam ser melhoradas, seria a inclusão dos próprios organizadores de eventos criarem uma categoria a parte para estes cosplayers, como por exemplo o Perifacon que em 2021, fez um concurso online de cosplay para a comunidade negra com voto popular. Esse evento em questão teve como o objetivo de promover, valorizar e fortalecer a identidade e manifestações de pessoas periféricas, negras e LGBTQI+ nesse universo.

      Assinado: Alexia Henning

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  3. Olá, Alexia.
    Sou Nicolas Couto Neto Corrêa, resido na cidade de Nova Friburgo e curso Licenciatura em História pela UNIRIO através do consorcio CEDERJ.
    Muito obrigado por seu texto e parabéns pelo desenvolvimento do tema, principalmente ao trazer a questão da busca por uma pluralidade identitária e de seu encontro na atividade lúdica do cosplay.
    Referente a questão do preconceito quanto aos cosplayers negros é possivel notar um fenômeno que surge nas tribos sociais de apreciadores e praticantes desse hobbie, que se dá por fanarts que buscam uma reinterpretação de personagens como sendo de outras etinias, sexos, gêneros e culturas diferentes das apresentadas nas obras da qual esses se originam. Seriam esses, em sua opinião, uma espécie de contracultura de resistência afim de diminuir o preconceito dentro da comunidade ?

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    1. Boa Noite Nicolas.
      Muito obrigada pelas reflexões e pergunta, sendo sincera nunca pensei por esse lado, mas pode ser sim analisado análogo a contracultura, mas não uma contracultura de fato.
      Tendo em vista que estes cosplayers são marcados por anos de descaso, vivenciaram e vivenciam os obstáculos dessa dívida social e racial.
      Utilizam da cana, para se expressarem e usufruírem dos prazeres livremente, e se esforçam para estarem presentes diante dessa multiplicidade de oportunidades como mencionado no decorrer da discussão, desafiam a desigualdade ao alcançarem a superação do preconceito nas mais diversas facetas, mesmo que ainda de modo reduzido.

      Assinado: Alexia Henning

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  4. Olá Alexia, boa noite!

    Em primeiro lugar, parabéns pelo seu trabalho! Gostaria de te realizar a seguinte pergunta: Ao entendermos a comunidade de cosplayers como um grupo social, nos é possível traçar uma série de padrões que rodeiam o mesmo. Nesse sentido, como estudiosa e participante do mundo do Cosplay, você consegue, em breves pontos, contextualizar o perfil geral dos cosplayers no Brasil?

    Acredito que essa pergunta seria um bom ponto de partida para estudos mais voltados para temáticas sociais do tema, algo que sinto que poderia potencializar muito a percepção geral do cosplay no Brasil.

    Assinado: Gabriel Silvestre Ferraz

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Olá Alexia, muito obrigado pelo texto.
    Através das suas observações é possível dizer que o ato de interpretar cosplay também é uma forma de aprimoramento de habilidades sociais? No seu entendimento é possível relacionar o fazer cosplay à manifestação de visões de mundo do intérprete?

    Assinado: Carlos Germano Gomes Gonçalves.

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  7. Boa tarde Alexia, parabéns pelo texto. Gostaria de fazer um certo complemento à pergunta anterior, colega Gabriel. Há indícios de uma transformação social nesse perfil? Pelo seu texto, parece que podemos analisar uma certa mudança.

    Gratidão

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