PROCESSOS INDUSTRIAIS E HISTÓRICOS NO LESTE ASIÁTICO: UMA COMPARAÇÃO ENTRE CHINA, COREIA DO SUL E JAPÃO (1950-1980) por Eduarda Christine Souza Pucci

 

 

A Revolução Industrial que ocorreu no século XVIII, foi um evento de importância que modificou os modos de trabalho. Inicialmente na Inglaterra e posteriormente espalhando-se por outros países da Europa, as ideais e as atividades – mesmo que modificadas – ganharam notoriedade mundial com o passar dos anos, com a nova forma de dinâmica econômica. Houve assim, segundo Lima e Neto (p.103, 2017), “uma transformação ampla e profunda na sociedade, em que a produção deixou de ser agrária e de manufatura para se transformar numa economia industrial [...]”. Neste trabalho, irá ser analisado como a Revolução que inicialmente começa na Europa, chega nos países asiáticos e como eles enfrentaram essas mudanças que o ocidente já havia iniciado em conjuntura com a História que esses países foram construindo com tempo.

 

O período da década de 50 foi definido por grandes eventos em alguns países do Leste Asiático. Enquanto o Japão se recuperava de sua derrota e duas bombas atômicas, na Península Coreana, havia uma guerra começando que envolvia fatores políticos e territoriais. Já na China, uma revolução se instaurava entre os chineses. Tais fatores entre os três países acarretaram em grandes transformações. Com base nisso, a escolha desses três países está refletida nas suas ações no mundo contemporâneo e como seus processo de industrialização aos poucos foi ganhando espaço. Nesse momento de narrativas políticas, China, Japão e Coreia do Sul, após eventos de guerras e conflitos, iniciam uma reestruturação de suas nações, afim de acompanhar o mercado internacional e se inserir como possíveis atores, no que se refere aos processos industriais.

 

Este trabalho tem como objetivo analisar e discutir como se desenvolve a industrialização realizada pela China, Coreia do Sul e Japão, buscando identificar se há semelhanças ou divergências em seus processos industriais. Ademais, pretende-se também compreender se há alguma diferença no modo de trabalho que se iniciou na Inglaterra, que apesar do contexto mundial de conflito ideológico entre duas potências – em uma situação de bipolaridade entre capitalismo e socialismo, representados pelos Estados Unidos e União Soviética (URSS) – conseguiram desenvolver um projeto industrial para cada país. Embora que influenciasse ideologicamente, não impediu o crescimento dos países no ramo industrial, que possui traços difusos na economia mundial.

 

China, Coreia do sul e Japão: uma breve análise comparada da industrialização dos países e sua atuação na economia

A escolha de iniciar a análise na década de 1950 ocorre, pois, é nesse período que o mundo está sobre os efeitos da Guerra Fria. E os países asiáticos, como o Japão, estão se recuperando das consequências da Segunda Guerra Mundial, com uma nova proposta de industrialização, com ajuda dos Estados Unidos, enquanto na Península Coreana, os ânimos estão voltados para uma situação de Guerra entre o Norte e Sul. Já entre os Chineses, a Revolução Chinesa em 1949, já começava a transformar a China – com a Proclamação da República Popular Chinesa. Mao Tsé-Tung (1893-1976), líder da revolução, iniciava o Primeiro Plano Quinquenal (1953-1957) – e após 1 ano, a China irá instituir o Grande Salto Adiante (1958-1960) – afim de tentar recuperar a situação do país no ramo econômico, segundo Xue et al. apud Shu Sheng (p.21, 2012), já em 1952 o valor de produção industrial da China aumenta em 145%.

 

Enquanto isso, na Península Coreana, após o fim da ocupação Japonesa (1910-1945) os coreanos tiveram mais uma tomada de território, só que dessa vez pela URSS e China ao norte e pelos Estados Unidos ao sul, com sua divisão no paralelo 38 – lugar este, que futuramente será ocupado pela DMZ (Zona Desmilitarizada). O resultado disso, foi a Guerra da Coreia, um dos conflitos externos da Guerra Fria – conflito ideológico entre duas potências, em uma situação de bipolaridade entre capitalismo e socialismo, representados pelos Estados Unidos e União Soviética (URSS). No momento em que a esse conflito coreano gerava grandes consequências, de acordo com Senhoras e Ferreira (2013, p.134) “[...] um armistício foi assinado, embora nunca tenha surgido assinatura de acordo de paz, pois nenhuma das Coreias reconhece a outra como país”. No fator desenvolvimentista coreano, o Japão em seu período de ocupação na Coreia aplicou o que vai ser futuramente, as bases para a industrialização. 

 

Segundo Kiely (1998, p.96), no período de 1967-72, cerca de 7 milhões de coreanos deixaram os campos e foram para as cidades em busca de emprego no setor industrial. Antes de ser um dos países a adotar o modelo industrial EOI (Industrialização orientada para exportações), a estratégia empreendida foi a de ISI (Industrialização por substituição de importações), conforme Mukherjee, o sistema ISI (Industrialização por substituição de importações, tende a considerar a produção de bens previamente importados, para o mercado interno. Já no sistema EOI (Industrialização orientada para exportações) a produção de bens manufaturados é voltada para o mercado externo. (p.2, 2012) No Japão, seu projeto industrial e reestruturação da economia, no pós Segunda Guerra Mundial contou inicialmente com a presença dos Estados Unidos com a desmantelação das zaibatsu – conglomerados econômicos controlados por grandes famílias japonesas – e segundo Moura (p.104, 2021), com o apoio de agências como:

 

“[...] o Ministério do Comércio Internacional e Indústria (Ministry of  International Trade and Industry ou MITI), principal braço de planejamento do governo e responsável por reunir as elites empresariais em torno do projeto de desenvolvimento nacional estabelecido originalmente por Shigeru Yoshida e pelo Partido Democrático Liberal (PLD) a partir dos anos 1950, fomentando uma estrutura de gigantes conglomerados industriais [...]”

 

Sendo assim, a partir de outras estratégias, basicamente o Japão em conformidade com o MITI – criado em 1949 – e uma nova Constituição, o Estado Japonês se desenvolve na indústria pesada e, com o passar das décadas, vai diversificando seu mercado, afim de atender a tendência comercial. O crescimento econômico japonês – conhecido também como o milagre japonês – ficou nos índices de uma média anual de 7% na década de 50, para a virada de década – no período de 1959 a 1963 – obtém um aumento de 10,9% na questão econômica do mundo capitalista (Tsuru, 1993, p.67) conforme Kiely (1998, p.35). E mesmo com a crise do Petróleo de 1973 a economia japonesa continua em aumento. Nesse momento, o Japão além da indústria pesada, também estava no mercado de automóveis, pois, segundo Batista (p.29, 2014), o “[...]toyotismo, foi concebido para eliminar absolutamente o desperdício e superar o modelo de produção em massa estadunidense”. E esse modo de trabalho fez com o Japão conseguisse uma produção em que o operário trabalhasse em equipe e prezasse pela qualidade do produto. 

 

Porém, o rápido desenvolvimento industrial gerou consequências e elas foram em relação ao meio ambiente. Assim como iremos perceber nos modelos industriais seguintes, no que tange a Coreia do Sul e a China. Os três países apresentam uma proporção de crescimento, a partir da década de 60, juntamente com os Tigres Asiáticos, momento este em que seus projetos industriais estão em processo de consolidação para contribuir com o aumento e participação do leste asiático no mercado econômico internacional. Assim como no Japão, o modelo industrial baseado na tendência de mercado também foi uma escolha do governo sul coreano. Kiely (p.98- 99, 1998), afirma que, por conta da desvalorização da moeda coreana – o Won – na fase temporal que:

 

“Em 1963 e 1971-72 tiveram o efeito de tornar as exportações da Coreia pelo menos potencialmente mais baratas, e, portanto, mais competitivo, no mercado mundial [...] o Estado continuou a desempenhar um papel ativo na promoção da indústria do desenvolvimento. [...] regular os empréstimos externos, controlar alguns preços, investir diretamente em alguns setores, promover as exportações e controlar as importações.”

 

De acordo com a citação acima, com a promoção do sistema exportador, o Estado sul coreano recorre ao modelo EOI, o que fez com que a economia do país fosse restituída com o passar do tempo, desde o estado de assolamento econômico do período de guerra. Porém, essa alta no desenvolvimento, traz o lado das greves, salários baixos, gestões autoritárias e levantes – um dos mais conhecidos foi Massacre de Gwangju, conforme Lee (p.220, 2021), “Em 18 de maio de 1980, os moradores de Gwangju, a capital regional do sudoeste da Coreia, levantaram se em protesto contra uma extensão nacional da lei marcial que havia seguido um golpe militar.” – Esse episódio e repercussões perduraram até a democratização no final da década de 80 e, junto com ela a Coreia do Sul, passou por altos e baixos no setor econômico. Contudo, no mais ela foi um país que obteve um alto índice de desenvolvimento industrial, como exemplos podemos citar as marcas: Samsung Electronics Co., Ltd. – uma empresa transnacional, do ramo eletrônico e que tem seus produtos vendidos ao redor do mundo – e Hyundai Motor Company – multinacional sul coreana do ramo automobilístico. 

 

Voltando agora para o desenvolvimento da industrialização chinesa, após o Plano Quinquenal, foi lançado o “Grande Salto”, impulso este que começou na indústria de aço, Sheng (p.51, 2012), nos mostra que:

 

“Em dezembro de 1957, a Comissão Nacional do Planejamento anunciou a meta de aço para 1958: 6,25 milhões de toneladas, um crescimento de 17% sobre 1957 (5,35 milhões de toneladas). Em junho de 1958, a mesma meta aumentou para 10,7 milhões de toneladas (100% sobre 1957). Entretanto, a produção de aço do país foi de apenas 0,7 milhão de tonelada por mês até julho.”

 

O grande salto virou uma febre por toda a China por meio de propagandas e ações do Estado, afim de valorizar sua matéria prima, assim como fez com outras também. Porém, com euforia desse novo plano econômico, aliada à rapidez e proporção que aconteceram as coisas, a questão agrícola gerou sérios problemas entre os chineses. Um deles foi a fome que abarcou grande parte da China, com perdas de grandes plantações. Diante disso, o país tentou buscar reorganizar suas práticas econômicas, afim de tentar solucionar tais problemas, que se resultaram da mudança do sistema agrícola o industrial. 

 

No entanto, na questão política, com a implantação do PCCh (Partido Comunista Chinês) a união de opositores ao sistema socialista gerou descontentamentos com as ideias de Mao e com isso perdendo sua influência. O resultado desse momento foi a Revolução Cultural (1967- 1976). De acordo com Zheng (p.79, 2004), “A renda nacional, em 1967 e 1968, caiu 7,4% e 6,5% [...] e o valor total da produção industrial decresceu 13,6% e 5%.”. Após esse decréscimo da economia, e após a morte de Mao Tsé-Tung, o nome de Deng Xiaoping (1904-1997), entra em vigor em 1978. Passadas mais de uma década de questões políticas e problemas econômicos, mesmo com os planos realizados por Mao, a China inicia um processo de tentativa de crescimento com as “quatro modernizações”, que de acordo com Trindade, abrangem as áreas, como:

 

"[...] No campo da modernização, a nova política persegue objetivos claros com relação aos quatro setores referidos: agricultura, indústria, defesa e ciência e tecnologia. Os dados não oficiais sobre o desenvolvimento da economia chinesa confirmam seu crescimento espetacular. Em 1983, a renda nacional cresceu 9% e no ano seguinte 12%. A produção agrícola aumenta significativamente: em 1982, cresce 11,2% e nos dois anos seguintes, 9,5% e 14,5% respectivamente.” (p.9, 1987)

 

E com a abertura do país para o mercado internacional, segundo Ruiz (p.9, 2006), a China com as reformas iniciadas em 1979, mesmo com a desvalorização da moeda chinesa, fez com o país se torna-se um lugar de fácil expansão para investimentos estrangeiros, o que fez a economia crescer durante a década de 80 e seguir crescendo – apesar de momentos de instabilidades e crise – e tornando a China, a segunda maior economia mundial. 

 

Considerações finais

Portanto, ao longo desta análise foi possível perceber que os três países passaram por conflitos antes de conseguir equilibrar sua economia, dando ênfase ao Japão, que teve dois processos industriais o primeiro na Era Meiji (1868-1912) e o segundo pós conflito em Hiroshima e Nagasaki, que desestruturou o país e fez com que cessasse os ataques japoneses no período da Segunda Guerra Mundial. Ademais, nota-se também que os fatores políticos da guerra fria também foram determinantes para os processos industriais dos países analisados. 

 

Na esfera política, a influência Norte-Americana esteve presente na reestruturação da Coreia do Sul, no pós guerra contra a parte Norte da Península Coreana, assim como o fator ideológico também interviu no processo de restauração do país. Também essa presença dos Estados Unidos, contribuiu com a industrialização do Japão. Já na China, havia inicialmente a formação da República Popular da China, após a Revolução Chinesa que iniciou os processos industriais e com a Revolução Cultural e o plano de abertura do país por Deng XiaoPing (1904—1997). O plano industrial do Japão e Coreia do Sul, indicavam as tendencias do mercado e sua produção voltada para a exportação. A China, porém, investiu em planos econômicos e, posteriormente, para a abertura do seu mercado industrial. 

 

Desse modo, conclui-se que, no Japão e na Coreia do Sul há certa semelhança nas atividades industriais, divergindo apenas o processo Chinês – Quanto a forma de trabalho, o Japão introduz o Toyotismo, como resposta ao Fordismo – modelo produtivo estadunidense, criado por Henry Ford – e o Taylorismo – sistema de organização industrial, criado por Frederick Taylor – diferindo dos modelos ocidentais de atividade em fábrica. Contudo, é necessário expor o contexto de bipolaridade ideológica, a influência dos Tigres asiáticos, pois esses fatores interferem em como esses três países iriam agir, e como o Japão e a Coreia do Sul se tornaram exportadores para o mercado internacional e assim passar a China até a década de 80. Momento este que a China deslancha com seu sistema industrial ao abrir seu mercado e sua economia, e obtém a prosperidade econômica a partir das décadas de 90 e os anos 2000 em diante.

 

Referências

Eduarda Christine Souza Pucci é discente do curso de Licenciatura em História, pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ.

 

BATISTA, Erika. A Dialética da Reestruturação Produtiva: a Processualidade entre Fordismo, Taylorismo e Toyotismo. Aurora, Marília, v. 7, n. 2, p. 17-34, Jan-Jun., 2014, p.29. Disponível em: < https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/aurora/article/view/3848>.

 

COELHO, Fernanda Peixoto; OLIVEIRA, Aline Rezende. O efeito do comércio exterior no desenvolvimento econômico dos tigres asiáticos. Aten@-Revista Digital de Gestão & Negócios-, v. 2, n. 4, p. 89-111, 2022, p.94. Disponível em:  https://periodicosunimes.unimesvirtual.com.br/index.php/gestaoenegocios/article/view/1340. 

 

FILHO, Mário José Maestri. O Despertar do Dragão: O Nascimento do Imperialismo Chinês. Cadernos GPOSSHE On-line, Fortaleza, v.4, n. Único, 2021. Disponível em: < https://revistas.uece.br/index.php/CadernosdoGPOSSHE/article/view/5485>.

 

KIELY, Ray. Industrialization and development: A comparative analysis. UK: UCL Press, 1998.

 

LEE, Seung Cheol. Building the Post-Traumatic Nation: Mourning and Melancholia in Korean Films about the Gwangju Massacre. Korea Journal, vol. 61, no. 1, The Academy of Korean Studies, 2021, p. 220. Disponível em:< https://www.kci.go.kr/kciportal/landing/article.kci?arti_id=ART002700175#>.

 

LIMA, Elaine Carvalho; NETO, Calisto Rocha de Oliveira. Revolução Industrial:  considerações sobre o pioneirismo industrial inglês. Revista Espaço Acadêmico, v. 17, n.  194, p. 102-113, 6 jul. 2017, p.103. Disponível em:  https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/32912/19746.

 

MOURA, Rafael. Industrialização, desenvolvimento e emparelhamento tecnológico no leste asiático: os casos de Japão, Taiwan, Coreia do Sul e China. Rio de Janeiro:

 

INCT/PPED; CNPq; FAPERJ; CAPES; Ideia D, 2021. Disponível em: < https://inctpped.ie.ufrj.br/pdf/livro/Industrializacao_Desenvolvimento_e_Emparelhamento_Te cnologico_no_Leste_Asiatico.pdf>.

 

MUKHERJEE, Soumyatanu. Revisiting the Debate over Import-substituing versus Export led Industrialization. Trade and Development Review Vol. 5, Issue 1, 2012, p. 2. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Dr-Soumyatanu

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SHU, Sheng. A história da China Popular no século XX. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012.

 

TRINDADE, Hélgio. Para Onde Vai a China?. Revista Brasileira de Ciências, 1987.  Disponível em: http://anpocs.com/images/stories/RBCS/05/rbcs05_05.pdf.

 

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ZHENG, Lu. Abrindo os olhos para a China. In: BELLUCI, Beluce (org.). O caminho do desenvolvimento econômico Chinês. Publicado pelo Centro de Estudos Afro-Asiáticos (CEAA), Universidade Candido Mendes (Ucam) e Editora Universitária Candido Mendes (Educam): Rio de janeiro, 2004, p. 79. Disponível em:  http://209.177.156.169/libreria_cm/archivos/pdf_831.pdf#page=73.

9 comentários:

  1. Texto muito interessante que faz essa análise comparativa entre os principais fatores do desenvolvimentismo asiático. O que me questiona é o fato dos EUA ter influenciado diretamente para que o fluxo de transferência tecnológica acontecesse nesses países, para que os mesmos se desenvolvessem, até mesmo com a China que se diferencia dos demais. Porém, minha pergunta é no intuito de tentar verificar se URSS teve papel significativo para com a industrialização chinesa, mesmo que já enfraquecida na década de 1970/80 mas mesmo assim, tal como os EUA tiveram com os outros países como o Japão e os Tigres?

    CASSIANO SCHWANTES CORRÊA

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    1. Olá Cassiano, muito obrigada pela pergunta e agradeço por tê-lo achado interessante! Respondendo a sua questão, como um exemplo temos o Plano Quinquenal – como citado no texto – pelo modo de economia planificada, característica esta da União soviética. Porém, essa influencia não se expressou totalmente assim como em outros países da URSS. Esse papel da URSS ficou mais contido na China, pois, economicamente as mudanças que ocorreram no país foram feitas de forma gradativa e local. Espero ter respondido sua pergunta!

      Abraços, Eduarda Christine Souza Pucci

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  2. Japão e Coreia do Sul adotaram cedo o modelo exportador, enquanto a China apenas na década de 1980 se voltaria às exportações. Em que medida a Guerra Fria influenciou o viés exportador desses três países?

    Alexandre Black de Albuquerque

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    1. Olá Alexandre, como apresentado no texto o Japão foi um dos primeiros a adquirir esse modelo industrial – começando na Era Meiji –, e que se aprimorou e modernizou-se após a década de 50 e continuou mantendo-se firme frente as tendências de mercado, tendo como pano de fundo a Guerra Fria. Diante disso, o Japão, juntamente com a Coreia do Sul, obtiveram bastante crescimento econômico com esse modelo exportador – o modelo EOI, que seriam Industrializações orientada para exportações. A Guerra Fria, como viés de influência nesses dois países, ocorreram de forma que – tomando pelo caso sul-coreano – enquanto crescia economicamente, no país estava ocorrendo os conflitos externos dessa guerra, o que acabou gerando esse aumento. Pois é no período ditatorial e apoio dos chaebols que a Coreia do Sul, consegue se desenvolver industrialmente, com o apoio do mercado internacional e principalmente dos Estados Unidos nesses processos. Já a China, como respondido na pergunta acima, obteve influência da Guerra Fria, a partir dos Planos Quinquenais – sendo essa prática fortemente adotada na URSS, porém realizada de forma diferente na China. No caso do mercado exportador chinês, a influência ficou mais a cargo das práticas adotadas por Deng Xiaoping, como forma do país aparecer economicamente no mercado internacional, espero ter respondido sua pergunta! :)

      - Eduarda Christine Souza Pucci

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  3. Olá!

    Obrigado pelo texto.

    A minha dúvida é como eram as relações e condições de trabalho e de vida dos trabalhadores de indústria desses três países nesses períodos? Os trabalhadores japoneses e coreanos eram mais parecidos entre si devido aos modelos político-econômicos e às vultosas somas de dinheiro estranegiro que chegavam de países do Ocidente? Havia muitas diferenças nas condições dos trabalhadores desses países, que deveriam ser o posto avançado do capitalismo na Ásia, com as dos chineses? E existiram mudanças para esse trabalhador industrial chinês entre o período do Mao e o do Deng?

    Luís Miguel Réus

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    1. Boa noite Luís, respondendo sua primeira pergunta, irei começar pelo Japão. Decidi começar a análise na década de 50, pois os japoneses nesse período estavam se recuperando de duas bombas atômicas, gerando assim uma nova condição de vida para os japoneses, que estavam focados em reestruturar sua economia e país. Assim, como na Coreia do Sul, que passava por Guerra e separação peninsular, enquanto na China estava ocorrendo a Revolução Chinesa, que também no modo de vida houve dificuldades na questão dos trabalhadores. O que foi mudando de acordo como os países iam se desenvolvendo econômica e politicamente, sendo o Japão e Coreia do Sul, com os planos desenvolvimentistas mais avançados do que na China, que os alcança após passos quedas e levantes econômicos. O que gerou por parte dos trabalhadores, nos países analisados, greves, gestões autoritárias, salários baixos, entre outras questões, marcadas pela competitividade de mercado.
      Em relação aos trabalhadores japoneses e sul-coreanos, acredito que suas formas de trabalho se assemelham por conta da esfera política que rondava tais países, e nos seus atores internacionais também. Que além de voltarem sua prática industrial para o modelo de exportações seguiam as tendências do que era esperado no meio mercadológico mundial, e principalmente ocidental. Na questão ideológica, acredito que o rápido avanço do capitalismo fez com que essas condições de trabalho fossem diferentes que se encontra na China, que se manteve na coletivização agrícola e na febre do aço e voltada ao modo planificado de economia, ou seja, de se desenvolver por etapas, como já dito uma característica da URSS – que foi adotada pela China. E sim, nos dois governos o trato com os trabalhadores chineses foram diferenciados, como no governo de liderança Maoísta, o país inicialmente apresentou uma economia centrada e planejada, o que era algo favorável ao trabalhador chinês, pois havia grande demanda de mão de obra, gerando competitividade industrial, entretanto, no ramo agropecuário ficava em débito devido à crise alimentícia que atingiu a China nesse período.
      Os eventos econômicos e políticos que ficaram marcados durante esse período da década de 50 até os anos finas dos anos 70, os trabalhadores por um momento tinham emprego, porém a haviam outros fatores que deixaram as condições de vida e trabalho conturbados, o que foi agravado na Revolução Cultural Chinesa. Após a morte de Mao Tsé-tung, Deng Xiaoping retorna ao poder e com essa nova liderança, novas formas de tratamento aos trabalhadores chineses. Além disso, a melhora da planificação econômica da China, como novos planos desenvolvimentistas em novas faces de mercado, abrindo mais oportunidades e novos empregos e profissionais, buscando sempre colocar o trabalhador no campo intelectual, de forma que se demonstra nos novos meios de trabalho que iriam ser desenvolvidos, e assim abrindo o país para o mundo. Espero ter conseguido responder sua pergunta! :)

      - Eduarda Christine Souza Pucci

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  4. Bom dia. Primeiramente, gostaria de parabenizar a autora pela pesquisa. A minha dúvida gira entorno do papel desempenhado pelo setor de produção (mineração) no processo de industrialização da Coreia do Sul e Japão após 1950? Este países tiveram ou não que recorrer a importação de matéria-prima mineral para abastecer suas indústrias, especialmente da do aço? (MATHEUS HENRIQUE DA SILVA ALCANTARA)

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    1. Olá Matheus, obrigada por gostar do meu texto! Respondendo sua dúvida, no começo da década de 50 a Coreia do Sul, tinha sua economia destinada à indústria leves, e só a em meados dos anos 70 para 80 que o processo industrial muda e vai para indústria pesada, química, eletrônica e de automóveis, sendo um mercado bastante conhecido atualmente. A mineração na Coreia do Sul na década de 50 ainda não é um mercado considerável, tornando-se maior nas décadas seguintes. Já no Japão é um país poucos recursos de mineração e obteve um certo declínio nas décadas após os anos 80, sendo que a exportação estava mais efetiva do que a produção para o mercado interno. Sendo assim, a exportação de matéria-prima tornou-se necessária para o meio industrial, pois a manutenção de custos para a mineração em grande escala era algo difícil e altos custos. Já na Coreia do Sul as reservas de minério, como o aço, foram usadas para o mercado exterior, assim como toda sua atividade industrial, seguido o modelo EOI, explicado no texto. Espero ter respondido sua pergunta!

      - Eduarda Christine Souza Pucci

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  5. Análise muito interessante! Os processos industriais dos respectivos países em determinado período discorrem por pontos de partida próximos em relação as consequências negativas dos conflitos, entretanto, as abordagens se diferenciam de forma demasiada no âmbito das medidas de reestruturação de cada nação. Com isso, os resultados se divergem em sentido das princípiais problemática dos avanços industriais: desigualdade e poluição. A China é a segunda maior economia ultrapassando o Japão, mas também a má distribuição de renda é um dos principais motivos de uma maior parcela dos chineses não obterem acesso aos benéficos dos processos industriais. Nesse sentido, o Japão enfrentou diversas doenças por poluição prioziando seu crescimento econômico, resultando também em uma desigualdade expressiva atualmente, mesmo em situação de país desenvolvido com terceira colocação econômica na ranking. Quais as princiapis medidas estabelecidas em cada nação para alcançar esse paradoxo?

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