MEMÓRIA E DOR EM HADASHI NO GEN(1983): TRAÇOS DO TRAUMA DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL por Douglas Pastrello


Introdução

A Segunda Guerra Mundial tem sido um tema de amplo debate na História contemporânea. Fato que se deve principalmente pela sua retração na Cultura Pop e suas grandes reverberações político sociais. Tendo sido um evento de escala global que moldou o pensamento das décadas seguintes, é natural que se tenha um interesse demasiado por esse nicho histórico.

 

Entretanto, apesar disso o tema vem sendo explorado de maneira repetitiva com grande foco no aspecto militar. Evidentemente, se tratando de uma guerra de proporções globais é imprescindível que os combates e leituras militares do processo sejam importantes nas análises históricas. Porém, isso não significa que não existam outras camadas tão presentes quanto diretamente ou indiretamente, assim como Hobsbawn (1997) afirma a partir de seu conceito de “Guerra Total”. Ou seja, a 2ºGM pode ser vista a partir de seu escopo civil-social e/ou militar.

 

Partindo desta premissa, o presente ensaio busca dialogar com a perspectiva civil do conflito, tomando como base para análise a obra semi-autobiográfica de Keiji Nakazawa, Hadashi no Gen(no Brasil “Gen pés descalços”). Isso significa, também, que esta pesquisa parte do escopo cultural japonês, valendo, assim, de uma ressalva relevante sobre a necessidade de não tratar o conflito como um maniqueísmo simples do “bem contra o mal”. O principal objetivo ao retratar sob o mencionado ponto de visto é para demonstrar os traumas e dores que a guerra pode causar no âmbito civil, assim como a devastação causada pelos bombardeios atômicos de 1945.

 

Não obstante, isso não significa ignorar os crimes de guerra cometidos pelo Império japonês, mas apenas uma separação do agente Estado do indivíduo(civil), ilustrando como mesmo no Japão, o militarismo excessivo do Império japonês, assim como sua estrita “cultura da honra”, eram nocivos inclusive a própria população.

 

Logo, consideramos que o presente anime é uma obra cinematográfica.  O cinema, conforme disserta Marcos Napolitano (2005), possui uma linguagem própria e deve ser visto sob suas próprias lentes. Deste modo, o cinema deve ser levado em consideração a partir de todo o seu conjunto: cortes de câmera, trilha sonora, atuação, roteiro. Tudo feito sob a intencionalidade do diretor e dos subnúcleos que formam o filme. O anime, segue os mesmos moldes de intencionalidade, mesmo que os atores reais apareçam apenas por meio da voz. Soma-se a isso outras particularidades do longa, na tela animada não há nada que não seja feito sob total intenção uma vez que este anime é feito ao estilo hand-drawn(literalmente desenhado a mão) e não possui CGI(computer generated imagery, imagens feitas por computador).

 

A escolha do filme em específico vem ao encontro diretamente do que a metodologia de cinema transparece na História: “é o reconhecimento de que todo filme é um objeto de análise para o historiador” (KORNIS, 1992, p. 7). Entretanto, torna-se necessário reconhecer que o filme, ao mesmo tempo que é objeto da História, pode se tornar um “agente da História” por seu caráter visual, didático e doutrinante, como relembra Kornis citando Marco Ferro (KORNIS, p. 8).

 

O caráter doutrinante do filme é compreendido como a força narrativa que o filme possui e como ela pode encontrar respaldo nos espectadores. Entretanto, o filme não pode ser visto como uma “verdade histórica”, sendo considerado como uma leitura da realidade sob o ponto de vista de seus autores. A linguagem técnica do filme requer uma análise própria que transcende a análise imagética e encontre leituras que envolvam toda a produção, tal como atuação, trilha sonora e enquadramento, por exemplo.

 

Conforme visto por Valim(2006. p. 201) esta linguagem própria do filme requer uma abordagem “plano a plano” detalhada. Como plano a plano entende-se nesta pesquisa os enquadramentos cinematográficos, em que toda vez que um novo enquadramento surge na tela, há um novo “corte de plano”. O anime apesar de não ser filmado e, mas sim animado, também é moldado na mesma forma, suas cenas são animadas em enquadramentos de modo que o telespectador sinta-se observando um filme. Logo, a animação também possui recursos e técnicas do cinema, mesmo que produzidas de forma diferente.

 

Para análise serão utilizadas das propostas feitas por Valim(2006) em sua tese de doutorado: uma a análise inserida em quatro etapas, contexto da produção, narrativa fílmica, níveis semânticos e as redes temáticas ou representacionais. Porém, neste ensaio será considerado um quinto elemento de análise fílmica, partindo do filme enquanto “agente da história”, sob a conceituação do “lugar de memória” de Pierre Nora (1993).

 

Por contexto da produção compreendemos a intencionalidade do diretor e da produção do filme, qual momento ele está inserido e se insere. No caso da obra deste ensaio, deve ser considerado a vivência do Japão Imperial nos momentos finais da 2ºGM e o choque social político causado pelos bombardeios atômicos em Hiroshima e Nagasaki.

 

Na narrativa fílmica será empenhado um esforço para delinear os recursos cinematográficos na mensagem do filme, tais como enquadramento, roteiro, trilha sonora. Tomando essa questão como peça importante na abordagem histórica da obra, a análise levará em consideração todos os elementos que compõe o plano fílmico e de que forma eles contribuem para a narrativa.

 

O nível semântico é definido por Valim como a “ordenação em níveis semânticos do discurso” (2006. p.202), ou seja, como o discurso fílmico é passível de ser interpretado sob a luz de seu contexto, da memória e do pós-guerra – no caso de Hadashi no Gen. Por último, a interpretação baseada nas “redes temáticas” é a análise de como os temas que compõe o filme transparecem na tela e de que forma foi a recepção do filme.

 

Assim, análise cinematográfica deve considerar os elementos “não-visíveis”, dentro e fora do filme. Seja as questões implícitas e culturais presentes no longa, respaldada pelo contexto local de seu espectador ideal, seja, pelo aspecto externo: sua recepção, reconhecimento social e o que o filme significa em geral para o que ele visa retratar.

 

Por fim, o filme será considerado como um “lugar de memória”, conceito de Pierre Norá(1993) que diz respeito a como atribuímos uma aura simbólica de narrativas prontas para determinados objetos. Para o teórico, um “lugar de memória” pode residir nos aspectos físicos, tais como um monumento empírico ou nos simbólicos, como em um feriado nacional. O que une os lugares de memória é o fato de eles possuírem uma narrativa pronta implícita a si que serve como gatilhos para seus interlocutores. Porém, o interlocutor de um lugar de memória só compreende sua narrativa simbólica caso tenha o devido contexto histórico e cultural de sua produção, um estrangeiro que desconhece os signos nacionais brasileiros, assim como nossa história nacional, é incapaz de compreender os signos dos desfiles militares do 7 de setembro em nosso país. Por outro lado, alguém familiar a esse contexto cultural e histórico é capaz de associar o feriado, suas festividades ao mítico grito do Ipiranga de 1822 e como esses rituais da data demarcam parte de nossa história nacional.

 

Vale mencionar, ainda, que o filme possui um caráter estético associado ao gosto. Deste modo, é esperado que o filme possa ser analisado enquanto arte, despojando de subjetivismos intrínsecos a cada espectador, porém não será do feitio deste ensaio trabalhar a obra nestes aspectos.

 

A animação enquanto História

O anime em questão é uma mistura de elementos históricos do período final do Japão Imperial com as memórias do autor, assim como um toque de sua subjetividade artística. A obra, baseada em um manga homônimo de dez volumes é um registro semi-autobiográfico de Keiji Nakazawa, um hibakusha(sobrevivente das bombas atômicas). Considerando as diferenças entre o manga e o anime a presente pesquisa terá foco apenas na versão cinematográfica.

 

Considerando os temas mencionados e que são abordados no filme, será preciso recapitular brevemente como era a vida neste Japão imperial e de que modo essa vivência influenciou os eventos retratados no longa.  A trama do filme, nos apresenta a família de Gen e o contexto social sob o qual estão inseridos. Na história, a família de Gen vive no Japão durante os momentos finais da Segunda guerra e sofre uma perseguição social por conta das opiniões políticas de seu pai sobre a guerra. Durante o filme conhecemos Gen, seu irmão mais novo, sua mãe e seu pai. Sua mãe é vista como atenciosa e amorosa, sempre próxima das crianças, enquanto o pai é visto como um trabalhador árduo e que não tem medo de externalizar suas opiniões mesmo que causem consequências negativas. As crianças, Gen e seu irmão Shinji, são levados e brincam nas ruas.

 

O primeiro momento da trama é a apresentação da família e do contexto histórico. Eles vivem em 1945, nos momentos finais da Segunda Guerra Mundial. A crise pela qual o Japão passa após sucessivas derrotas no Pacífico já é sentida em casa e a família sofre com a fome e falta elementos básicos, tendo como o principal problema a mãe que está gravida e passando por desnutrição. O segundo momento da trama se concentra nos esforços da família para contornar a crise da fome e convencer o pai a guardar suas opiniões políticas para si, para que não sofram mais consequências. Por fim, o último ato do filme se dá após o bombardeio atômico em Hiroshima, demonstrando a destruição resultante, tal como a perda na família de Gen, que somente ele e sua mãe grávida sobrevivem, finalizando o arco narrativo com o nascimento de sua irmã.

 

As opiniões do pai são vistas como atos de “traição”. Durante o Japão Imperial, era esperado uma lealdade completa dos súditos que deveriam colocar as necessidades da nação acima das próprias. Esse fato se intensifica ainda mais mediante a entrada do império nos conflitos do pacífico. Assim, a perseguição social e política sofrida pela família de Gen ocorre, pois, eles não são vistos como cidadãos plenos do império. Fato que se intensifica ao considerar que o único personagem a ter empatia pela família é um coreano, estrangeiro, semi prisioneiro do Japão. Vê-se, além disso, que a repressão ocorre de maneira orgânica sem necessariamente envolver órgãos estatais.

 

A principal mensagem a ser compreendida no longa é o pacifismo anti-guerra, como a guerra desenrola nos núcleos sociais de um país e que civis continuam sendo civis independente de qual lado sua nação esteja na guerra. Em um determinado momento, Gen afirma em uma redação da escola que gostaria que os soldados japoneses voltassem para casa e que a guerra acabasse sem mais mortes. O pacifismo do garoto é visto com um misto de ingenuidade, traição e covardia pelo professor que o castiga fisicamente. O treinamento militar japonês era extremamente rigoroso e o sistema de ensino contribuía significativamente para tal, vide o édito de educação produzido em 1890 durante o governo Meiji:       

 

“Conheça vós, Nossos súditos:

Nossos ancestrais imperiais fundaram Nosso Império com base em uma virtude duradoura profundamente implantada; Nossos súditos sempre unidos na lealdade e piedade tem de geração em geração ilustrado esta beleza. Esta é a glória do caráter fundamental de Nosso Império, sendo também a raiz de Nossa educação. Vós, Nossos súditos, sejam leais a seus pais, afetuosos com seus irmãos e irmãs; maridos e esposas sejam harmoniosos, como amigos verdadeiros; encham-se de modéstia e moderação, estenda a sua benevolência a todos; persiga o aprendizado e o culto as artes, para assim desenvolver suas faculdades intelectuais e os poderes morais perfeitos; além disso avance para o bem comum e promova interesses em comum; sempre respeite a constituição e observe as leis; em caso de emergência, ofereça-se corajosamente ao Estado, para assim resguardar a prosperidade de Nosso trono Imperial no céu e na terra. Assim, vós, não serão apenas Nossos bons e leais súditos, mas tomarás as melhores e ilustres tradições de vossos antepassados. O caminho, aqui apresentado, é de fato o ensinamento legado por Nossos ancestrais imperiais, para serem seguidos por todos seus descendentes e súditos, infalível por todas as eras e verdadeiro em todos os lugares. É o Nosso desejo de colocá-lo em Nossos corações com toda a reverência, em comum com vós, nossos Súditos, para que possamos alcançar a mesma virtude. (Trigésimo dia do décimo mês do ano 23 Meiji, Imperial Rescript on Education, 2020).”

 

O édito era lido todos os dias nas escolas e frequentemente rememorado em outras ocasiões. O coletivismo almejado pelo Império fica evidente no documento, esperava-se o não individualismo e ações coletivas de autosacrificio para a nação. O Japão, segundo essa ideologia mítica era uma nação descendente dos kami (deuses) e isso era um atestado de superioridade em relação aos outros povos. Na escola as crianças eram ensinadas nos preceitos xintoístas do Império, aprendendo sobre lealdade e sacrifício. Essa série de preceitos formam o que esta pesquisa concebe como a “cultura da honra” nipônica, uma cultura política aos moldes do conceito elucidado por Serge Berstein(1998), sendo permeada no seio nacional japonês de forma orgânica pelos mais variados núcleos socioculturais.

 

Em síntese, o anime rememora a cultura da honra japonesa. Nela, o “eu” não tinha espaço, priorizava-se o “nós”. A origem divina é muito bem descrita por Shuichi Kato: “O kami solar Amaterasu fez descer no território japonês seu descendente Nínigino Mikoto, e consta que o descendente dele é o primeiro tennõ (Imperador) mitológico Jinmu Tennõ (que subiu ao trono em 660 a.C.)” (KATO, Shuichi, 2012, p.45), inclusive tendo sido firmado a data oficial de fundação da nação, durante o período Imperial. A partir desta questão religiosa se configurava três pontos da cultura da honra: a superioridade do povo japonês, a justificativa para o imperialismo da nação e a divindade do Imperador. No Japão, a sociedade de castas deixou de existir com o fim do xogunato, entretanto surgiu uma sociedade vertical em que ao topo residia o Imperador. Durante o Império japonês (1868-1945), a importância de determinadas classes mudou, até a década de 1930 que trouxe os militares ao maior prestígio social, somente abaixo do Imperador. Logo, a ingenuidade de Gen ao pedir que os soldados voltassem para casa é vista como um terrível afronta aos valores morais de sua nação e de seu professor, uma vez que a morte era mais honrosa que a desistência. Esperava-se que os professores fossem tão duros quanto instrutores militares com seus alunos.

 

Outra questão importante a ser pontuada, é o uso dos artefatos atômicos no Japão. Confronta-se a narrativa dominante sobre a necessidade dos bombardeios atômicos no Japão para finalizar-se a guerra. Conforme descreve Sidney Munhoz (2015) a disputa pela justificativa das bombas atômicas é frequentemente associada a necessidade delas para terminar-se o conflito com o menor número de fatalidades, entretanto é visível que seu uso sob pontos majoritariamente civis coloca essa versão em perspectiva. O anime retrata de forma primordial a destruição e sofrimento causado pela bomba atômica sobre os civis japoneses. É preciso compreender que a guerra enquanto guerra não trás vencedores ou perdedores ao olharmos a partir dos civis. A dor e sofrimento causados pela guerra reverberam nas mais variadas camadas sociais. Todavia, é preciso entender que há a necessidade de distinguir os crimes de guerra perpetuados pelos Estados do conflito de seus civis. A compreensão dos traumas e sofrimentos japoneses, por exemplo, não anula a conquista imperialista do Japão no leste asiático. O tema é sensível e merece ser discutido com seriedade, tornando-se preciso rediscutir narrativas já solidificadas na História, dando voz a traumas muitas vezes ignorados pela disciplina.

 

Considerações finais

Deste modo, percebe-se que o anime apresenta tópicos relevantes e densos por trás de seus traços animados. Sua análise deve ser feita desconsiderando um maniqueísmo banal que pinta vilões e mocinhos, levando em conta que a principal mensagem do filme é antiguerra.

 

Há ainda o longa enquanto “lugar de memória”, uma vez que ele serve de gatilho para determinadas narrativas e relembra os eventos da Segunda Guerra Mundial. Entretanto, sua apreciação enquanto “lugar de memória” depende de determinados contextos e narrativas em que seu interlocutor se insere. Um estadunidense provavelmente associaria os eventos do anime ao heroísmo estadunidense em combater o “eixo do mal” e o maligno Império japonês, enquanto para um japonês a narrativa implícita é o sofrimento causado não só pela cultura da honra imperial, como pelos bombardeios atômicos. Em ambos os casos o filme se torna um agente da História, implicando em leituras históricas baseadas nas memórias individuais e coletivas que circulam o evento.

 

Cada espectador carrega seu subjetivismo para visualizar a obra e é isto que torna possível a existência de diversas interpretações narrativas do anime, enquanto “lugar de memória”. Não há objetivismo puro, nem mesmo por parte do historiador. Mas, por meio da utilização de métodos de análise é possível que se compreenda as narrativas em torno do longa e saiba interpretá-las a luz de diferentes interlocutores. Ainda, que apesar disso a mensagem do filme continua sendo a mesma, não sendo possível interpretar o filme propaganda como pró-guerra, por exemplo. Por fim, os filmes já fazem parte do cotidiano global e cabe ao historiador torná-lo uma fonte acessível para leitura da sociedade e da história. Utilizar-se ainda de um cinema não hollywoodiano é fundamental para combater narrativas únicas e exclusivistas que se permeiam no senso comum a décadas.

 

Referências Biográficas

Ms. Douglas Pastrello, doutorando em História política pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), pesquisador com ênfase em estudos da memória e do Japão contemporâneo.

 

Referências

HADASHI NO GEN (Gen pés descalços). Direção: Mori Masaki. ProdutorTakanori Yoshimuni, Yasutaka Iwase. Roteiro: Keiji Nakazawa Japão: Madhouse/Gen Production. Distribuidora: Herald Enterprises. 1983. (85min): sonoro, cores, animação.

 

BERSTEIN, Serge. A cultura política. In: RIOUX, Jean-Pierre; SIRINELLI, Jean François (org.) Para uma história cultural. Lisboa: Estampa, 1998. P.349-363.

 

HOBSBAWN, Eric. A era dos extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia das letras. 1998.

 

IGARASHI, Yoshikuni. Corpos da memória: Narrativas do pós-guerra na cultura japonesa (1945-1970). São Paulo: Annablume, 2011.

 

KATO, Shuichi. Tempo e espaço na cultura japonesa. São Paulo: Estação da liberdade, 2012.

 

KORNIS, Mônica Almeida. HISTÓRIA E CINEMA: um debate metodológico. Rio de Janeiro: Revista estudos históricos. vol.5 n. 10. 1992. p.237-250.

 

MUNHOZ, Sidnei. Os EUA e a conclusão da II Guerra Mundial: os impasses concernentes à Guerra do Pacífico e ao extremo oriente. Huellas de Estados Unidos. Nº9. 2015. p.5-23

 

NAPOLITANO, Marcos. Fontes audiovisuais: a História depois do papel. In: PINSKY, Carla Bassanezi (Org.). Fontes históricas. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2005. p. 235-289.

 

NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História, São Paulo, n.10, dez. 1993, p.7-28

 

SAKURAI, Célia. Os japoneses. São Paulo: Contexto, 2011.

 

VALIM, Alexandre Busko. Imagens vigiadas: Uma história social do cinema no alvorecer da Guerra Fria, 1945-1954. Universidade Federal Fluminense: Niterói. 2006.

 

Imperial Rescript on Education. Disponível em: https://www.japanpitt.pitt.edu/glossary/imperial-rescript-education. Acesso em 20/03/2020.

2 comentários:

  1. Olá, Douglas. Tudo bem?
    Antes de tudo, gostaria de parabenizá-lo pela comunicação excelente acerca de uma obra tão forte e sensível como "Gen Pés Descalços". Como você evidenciou no texto, é possível perceber a questão do "lugar de memória" utilizado no anime para indicar os sofrimentos sentidos pela sociedade japonesa durante o contexto histórico retratado, sobretudo por se tratar de uma obra autobiográfica. Outra obra que sempre vem a cabeça quando se trata da questão japonesa na Segunda Guerra Mundial é o famoso "Hotaru no Haka" (1988), conhecido como "O Túmulo dos Vagalumes", dirigido por Isao Takahata e lançado pelo Studio Ghibli. Sabendo da existência dessas obras distintas, como é possível trabalhar cada uma delas visando fomentar entre as gerações mais jovens a consciência histórica sobre de um momento delicado e traumático?

    Assinado: Vinicius Maciel Braga.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bom dia, Vinicius. Obrigado pelo comentário. A obra túmulo de vagalumes é, também, um registro semibiografico do autor da obra original, um livro, e assim como em Gen penso que é necessário uma nova forma de se trabalhar a 2GM sem que se enalteça dos grandes combates militares. Isso, pois cada vez mais caminhamos para um mundo em que a memória da da guerra se esvazia a medida que os sobreviventes vão falecendo. Ilustrar as grandes batalhas que foram decisivas no conflito é de fato importante, mas é preciso demonstrar o.impacto que esses conflitos desumanos tiveram na esfera civil. Sobre minha pesquisa a escolha do escopo japonês se da para combater o maniqueísmo que a cultura pop trata o conflito. Assim, é possível humanizar esse inimigo e perceber como a guerra é nociva em todos lados, porém não se pode desconsiderar os crimes de guerra do eixo ou a bomba atômica estadunidense, por exemplo.

      Douglas Pastrello

      Excluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.