Introdução
Presente,
analisado e causa de muitos debates -
bem como de reflexões com suas discussões - nos cursos de história de nível superior no
Brasil, o “Orientalismo” - abordado especificamente, a princípio, pelo conhecido palestino-estadunidense e professor Edward Wadie Said em
sua obra “Orientalismo: O Oriente como invenção do Ocidente”, marca a graduação
universitária de muitos professores historiadores por “abrir os seus olhos” em
relação a visão equivocada e estereotipada que carregamos
dos povos orientais em razão de por muitos anos - e até nos dias de hoje, se
refletirmos bem - em vários meios - não só o acadêmico - se ter a predominância
do “oriente” que o ocidente descreve e/ou descreveu, logo uma descrição marcada
por interesses políticos e ideológicos, a qual se não for analisada de maneira
crítica acaba-se tendo uma visão “única”, preconceituosa e inferior das nações
orientais perante o ocidente (SAID. 1978). Assim, se tal visão preconceituosa
encontrada até nos dias de hoje é
encontrada em diversos locais além da academia acadêmica e por vários meios - jornais, filmes,
quadrinhos, novelas, desenhos entre outros
- por que não se trabalhar o
“orientalismo” do professor Edward Wadie Said para além do nível superior? Ao
abordá-lo, por exemplo, na educação básica com objetivo de se tentar promover a
criticidade dos alunos em relação a esse olhar preconcebido e empobrecido que o
ocidente inventou do oriente, como diz Edward Wadie Said. Nesse sentido, o
seguinte trabalho tem como objetivo trazer algumas sugestões de como se trabalhar
no ensino fundamental e no ensino médio nas aulas de história, por meio do uso
de filmes, o “orientalismo” de maneira didática sem deixar de lado o
desenvolvimento da criticidade.
Procedimentos
metodológicos
O referido trabalho visou estabelecer
raízes nos estudos iniciais sobre o “orientalismo” ou seja, na obra de Edward
Wadie Said “Orientalismo: O oriente como invenção do ocidente”. Nesse sentido,
como o “orientalismo” poderia ser trabalho de maneira didática no ensino básico
na disciplina de história pelo professor do componente curricular, e para isso
foi realizado uma pesquisa de artigos no Google acadêmico que sugerem formas
diferentes e atraentes perante os olhares dos estudantes de se ensinar
história, chegando a sugestão de utilizar recursos audiovisuais, como, por
exemplo, filmes, como um recurso
pedagógico. Dessa forma, o trabalho buscou analisar filmes que resultam em
discussões e reflexões em cima da forma
equivocada da visão ocidental perante o oriente. Nesse sentido, logo se buscou
exemplares desses filmes que poderiam ser trabalhados criticamente, chegando a
ser encontrados filmes de animação bem como “live
actions”.
Uma breve
contextualização sobre o orientalismo
A intenção do seguinte trabalho não é
fazer uma revisão de literatura de maneira aprofundada, mas faz-se necessário
uma breve contextualização do que é o “orientalismo”. Dessa forma, o
"orientalismo" abordado pelo professor Edward Wadie Said - e
posteriormente analisado por outros autores - pode ser definido pelo autor como: "Uma instituição organizada para
negociar com o Oriente - negociar com ele, descrevendo-o, colonizando-o,
governando-o: em resumo, o orientalismo como um estilo ocidental para dominar,
reestruturar e ter autoridade sobre o oriente” (SAID. 1978. pp.15). Isso,
porque no âmbito do orientalismo se instaura a escrita sobre os povos orientais
pelos ocidentais - a princípio por maior parte de escritores da Inglaterra e
França e posteriormente dos Estados Unidos Da América, os “EUA”- estes que
escrevem e querem mostrar uma visão totalmente diferente do que se é de fato o
oriente, visto que é retratado nos diversos meios e locais como se as diversas
nações e povos do oriente fossem um único povo e que todos fossem “perigosos” ,
"bárbaros", “doentes” - entre outros estereótipos. Mais que isso, “o
orientalismo”em geral só vem a ser discutido nos cursos de história -
licenciatura e/ou bacharelado - de nível superior e em revistas, congressos ou
outros locais do mundo acadêmico, ou seja, embora não se possa negar - obviamente
- a importância da academia universitária, se a visão preconceituosa está em
vários meios e locais, pode ser necessário abordar o orientalismo em outros
locais, como por exemplo, na escola por meio do professor de história, o qual
pode de maneira didática com o utensílio de filmes - em 1 a 3 encontros - o que
seria o orientalismo de edward Said - algo que esse estudo tem como finalidade
mostrar algumas sugestões de como se é possível trabalhar.
O uso de filmes como um
recurso didático e pedagógico
O ensino de história deve passar por
mudanças em sua forma, visto que os alunos do século XXI vivem em um mundo cada
vez mais conectado, e cada vez mais avançado em tecnologias, especialmente nos
meios de comunicação, e dessa forma podem buscar o conhecimento além da escola,
logo além do professor (OLIVEIRA et al. 2018). Nesse sentido, para que o ensino de história não
fique “defasado” para os estudantes - bem como o professor faça valer seu
grande papel como educador e seu papel social - é necessária uma reestruturação
no ensino de história, utilizando, por exemplo, outros métodos e formas que
atraiam a atenção dos alunos para o conteúdo trabalhado e de forma
multidimensional (SILVA. 2019). Nesse sentido, uma opção interessante seria o
ensino por meio de recursos cinematográficos, como filmes e documentários que
podem ser utilizados por professores visto que o filme é uma representação de
algo e/ou alguém, abrindo assim um leque de como se trabalhar criticamente
essas representações em sala de aula, já que o cinema como diz Christofoletti
(apud OLIVEIRA et al, 2021, p. 6) :
“é uma importante ferramenta de disseminação ideológica, por isso é fundamental
sua análise e até mesmo desconstrução, para que o aluno compreenda que há
ideologias por trás da produção artística”. Nesse sentido, porque não trabalhar
no ensino básico a imagem preconceituosa sobre os povos orientais elaborada
pelos ocidentais - logo trabalhando, o orientalismo de Said - por meio do
aparato de filmes produzidos por ocidentais - especificamente os americanos -
que distorcem a imagem das nações orientais? é um recurso didático - e uma
opção - interessante para se utilizar com a temática do orientalismo nas aulas
de história. Isto posto, seguem duas sugestões de como se fazer uso de tal
recurso didático e pedagógico, uma
voltada mais para o ensino fundamental e outra para os alunos do ensino médio.
O “sultão infantil” em
“Aladdin”
Lançado em 1992 pela The Walt Disney Company - ou simplesmente, Disney - a animação
“Aladdin” é considerada nostálgica por ter feito parte da infância de muitas
pessoas, e até hoje faz “sucesso” entre o público mais jovem, ganhando
inclusive uma adaptação em live action no ano de 2019. Entretanto,
visto que a animação foi feita pelos norte-americanos, mas se passa
em seu enredo em um reino fictício
denominado de “Agrabah” que é baseado naquilo que acreditam ser o “oriente”
como algo único e igual, obviamente a obra estaria cheia de estereótipos, bem
como algumas "difamações" aos povos orientais, retratando o sultão da
animação como alguém “bobo”, “infantil”, “despreparado”e facilmente “manipulado
e quase “controlado” pelo seu “vizir”, assim
uma visão totalmente preconceituosa.
Fonte: ALADDIN. Direção e produção de Ron Clements e John Musker. The Walt Disney Company. Estados Unidos Da América, 1992.
Assim, como dito anteriormente, é um
“sultão” infantil como é mostrado acima na imagem, e que não convém com a
realidade - e até para os que argumentam que tal representação é apenas porque
o intuito do filme é se direcionar ao público infanto-juvenil, vale destacar
que no live action de 2019, produzido
pela mesma empresa e produtora, o personagem sultão se aproxima muito do que
seria de fato de um governante político de uma nação, e a nova produção também
se destina ao mesmo público da primeira obra, o público infanto-juvenil. Dessa
forma, a animação pode ser utilizada como geradora de debates e reflexões com o
auxílio do professor em turmas do ensino fundamental - visto que é uma animação
sem restrições de idade - sobre como a visão americana é empobrecida e
preconceituosa em relação às nações do oriente, e dessa forma trabalhar o
orientalismo de maneira didática e de forma crítica já no ensino fundamental nas aulas de
história.
Um “oriente” quente e
seco em “O resgate” e em “Zohan: um agente bom de corte”
Para se trabalhar o orientalismo nas
turmas de ensino médio - não que a sugestão anterior não possa ser utilizada -
com o uso de filmes para serem analisados de maneira crítica, os filmes “O
resgate” produzido pela Netflix e
lançado no ano de 2020, bem como o filme “Zohan: um agente bom de corte”
produzido pela Sony Pictures e
lançado no ano de 2008 retratam no decorrer dos seus respectivos enredos, os
povos orientais como se todos fossem “terroristas”, “perigosos”, “rudes”,
"mal educados” e como se todo o oriente fosse de clima quente e seco o ao
utilizar um “filtro laranja” nas cenas que supostamente se passam em algum país
do oriente. Nesse sentido, por terem uma classificação indicativa para maiores
de 14 anos, os filmes podem ser trabalhados - criticamente - de melhor forma
nas turmas de ensino médio por já se tratar de um público adolescente. Ademais,
outra sugestão é que após ter sido trabalhado e discutido o orientalismo nas
turmas de nível médio, poderia-se pedir para que os estudantes contassem outros filmes de cunho
preconceituoso em relação às nações do mundo oriental que eles se lembrassem,
para assim o docente ter mais filmes que poderia discutir com tais discentes,
bem como em turmas posteriores as quais também deseja realizar as possíveis discussões
- visto que os filmes sugeridos no seguinte trabalho não são os únicos filmes
americanos que retratam uma visão distorcida dos povos orientais, pois o cinema
de Hollywood está repleto de outros exemplos, os quais podem ser trabalhos na
educação básica para serem utilizados como geradores de discussões, debates e
reflexões sobre a visão ocidental sobre o oriente, logo trabalhando o
“orientalismo” de Said.
Os filmes do oriente
pelo o oriente, o caso de Bollywood na Índia
Como um “bônus”, o referido trabalho traz
algumas sugestões de como se trabalhar também na educação básica, mas agora com
filme e representações dos orientais, pelos os orientes, trazendo a discussão
um dos grandes produtores do cinema
indiano, “Bollywood” que mesmo que recentemente esteja mais próxima do que são
os filmes estadunidense, em sua história teve vários filmes que representam
muitos aspectos da cultura indiana. Ademais, foram produzidos filmes musicais
repletos de melodias em suas histórias, bem como enredos com bastante dramas
familiares, vilões, sacrifícios, vilões, amores impossíveis. Mais que isso,
vale também destacar que são anualmente produzidos cerca de 350 com boa parte
da bilheteria do cinema indiano sendo
dos filmes produzidos nacionalmente.
Dessa forma, é possível abordar na educação básica que existem outras
produtoras e diversos filmes além dos produzidos em Hollywood, já que o cinema
indiano, bem como diversos outros no oriente estão aí para o público. Para
mais, algumas sugestões de filmes são: “Como Estrelas na Terra” do ano de
2007, “Dear Zindagi” do ano de 2016,
“Pinte de Açafrão” do ano de 2006, “Umrika” do ano de 2015 e “O
Grande Passo” do ano de 2020, entre tantos outros.
Considerações finais
Realizado essas breves sugestões de como
se trabalhar o “orientalismo” de Edward Wadie Said na educação básica - ensino
fundamental e ensino médio - nas aulas de história por meio do uso de recursos
audiovisuais, como por exemplo os filmes
- ressalto que a intenção é de se utilizar os filmes a fim de gerar discussões,
debates bem como reflexões, e não serem assistidos e analisados sem o objetivo
de ser uma análise crítica - bem como trazer algumas sugestões de filmes
orientais produzidos pelos próprios orientais - como os filmes da indústria de
cinema indiana, “Bollywood” - o seguinte trabalho ainda enfatiza novamente a
importância de se trabalhar o “orientalismo” em outros locais além da academia
universitária, visto que esta última possui sim uma grande importância
científica bem como sempre será a base segura para os pesquisadores, mas diante
de um mundo tão conectado onde as informações - inclusive informações
equivocadas, preconceituosas e até falsas - rapidamente se espalham faz com que
seja necessário abordar o orientalismo em outros locais, como por exemplo na
escola da educação básica - algo que neste trabalho foi sugerido com o
utensílio de filmes - mas também em outros meios, como por exemplo em sites,
canais do Youtube, fóruns, livros didáticos, entre outros. Enfim,
os locais são diversos, e é necessário marcar presença para que
discursos ocidentais sobre o oriente não passem como “verdades absolutas”.
Referências
Eduardo Bruno Da Silva é graduando de
história pela UFCG. Ademais foi monitor da disciplina de “estudos sobre
história do oriente” e atualmente é membro bolsista do programa de educação
tutorial em história (PET-História) da UFCG.
ALADDIN.
Direção e produção de Ron Clements e John Musker. The Walt Disney
Company. Estados Unidos Da América,
1992.
BOLLYWOOD: A MANEIRA INDIANA DE FAZER
CINEMA. Casa da Índia. 2020. Disponível em: < https://blog.casadaindia.com.br/bollywood-a-maneira-indiana-de-fazer-cinema/
>. Acesso em 10/08/2022.
OLIVEIRA. Thais et al. História e cinema:
o filme como um recurso pedagógico. In: VII encontro nacional das
licenciaturas. Ceará. 2018.
RESGATE. Direção e produção de Sam
Hargrave. Netflix. Estados Unidos Da América, 2020.
SAID, Edward W. Orientalismo: o Oriente
como invenção do Ocidente. Trad. Tomás Rosa Bueno. São Paulo: Companhia das
Letras, 1990.
SILVA. Eduardo Bruno da. De apenas um
receptor do conhecimento para um ser ativo junto ao professor: de uma didática
instrumental para uma didática multidimensional. In: Revista diálogos na
fronteira, ano 4. Paraíba, 2021.
ZOHAN: UM AGENTE BOM DE CORTE. Direção e
produção de Dennis Dugan. Sony Pictures. Estados Unidos Da América, 2008.
Sobre o uso de filmes orientais ,com intuito de ensinar noçoes de historia, cultura e sociedade ,para facilitar o metodo pedagogico .De que forma a industria cultural e cinematografica nacional poderia se beneficiar se houvesse parcerias com paises como o Camboja - de rica industria de cinema do periodo pre Khmer Vermelho- e que vem produzindo excelentes documentarios na atualidade ? Como nos aproximar desses paises asiaticos que despertam interesse no publico em geral e nos jovens que sao da geraçao conectada e dinamica ? RICARDO DOS SANTOS BARBARRA
ResponderExcluirBoa noite! é notório que existem bons filmes que podem ser utilizados além do entretenimento, como recurso pedagógico, por exemplo, produzidos pelas nações do oriente. Sobre se utilizar esses filmes, vai depender do professor e do filme, claro... com certeza é possível utilizar diversas obras cinematográficas - com algum objetivo, e não "assistir só por assistir" - visto que é interessante, ainda mais com os jovens do século XXI.
ExcluirBoa tarde!! Acredito ser pertinente despertar um novo olhar para os plurais orientes existentes, na educação básica, e utilizar do audiovisual é uma maneira atrativa de chamar a atenção para as diversidades em torno do sujeito! Assim como o latino-americano e o africano; o asiático também carrega devido ao positivismo histórico, a característica de subalterno e marginalizado, utilizando-se de maneira genérica o conceito de "oriente" sem englobar as diversidades presentes nas sociedades orientais. Apesar do preconceito estabelecido sob os povos orientais, é importante ressaltar que o ocidente consome de maneira significativa as produções do extremo oriente, como os animes. Para o autor, trabalhar com as produções já conhecidas pelos educandos seria mais proveitoso? ou desafios diferentes em sala de aula? O estúdio Ghibli bastante conhecido no ocidente, possui animações contemporâneas que trabalham conceitos de gênero, sistema econômico, classe, guerras civis japonesas e outros.
ResponderExcluirBoa noite Yasmin! Sem duvidas trabalhar recursos audiovisuais - como os filmes, e até animes - conhecidos de certa forma pelos estudantes resulta em uma melhor discursão já que os estudantes provavelmente se interessarão mais pelos debates.
ExcluirA respeito da utilização de recursos audiovisuais, para discutir e problematizar noções de 'orientalismos'. Como trabalhar de maneira crítica a relação 'ocidente-oriente', a partir da experiência de assistir obras cinematográficas, que carregam estereótipos, conceitos e discursos, para prevenir o reforço da cristalização do que é entendido como 'oriente'? Entendo que a ideia de 'oriente' sempre deve ser posta em questionamento e devidamente delimitado em seu contexto, pensando nos seus usos, e a quem se refere e por quê. Assim, quais seriam os possíveis pontos que poderiamos levantar, de maneira didática, para propor uma reflexão e perspectiva de um 'oriente' menos taxativa, preconceituosa e discriminatória? Levi Yoriyaz
ResponderExcluirBoa noite Levi! então o trabalho acima realizado sugeriu algumas formas de se trabalhar com os estudantes essa visão equivocada do oriente que o ocidente inventou, bem como o preconceito que se tem. Ademais, são sugestões didáticas, mas também não são as únicas, depende da turma, do professor e da obra.
ExcluirPrimeiramente gostaria de parabenizar o autor Eduardo pelo excelente texto!
ResponderExcluirInfelizmente até hoje temos muitas interpretações equivocadas sobre o oriente por parte de muitos autores ocidentais!
É muito importante levar essas questões para a educação básica para rompemos desde cedo esses esteriótipos totalmente equivocados. Os professores de história,principalmente da rede privada, são bastante cobrados para seguirem o currículo básico e ficam muito receosos de serem mal interpretados e acabarem por perder o emprego. Por vezes também, as famílias desses alunos são as primeiras a reclamarem de tais aulas críticas e isso por vezes atrapalha a criticidade do aluno. Haveria alguma proposta de levar tais questões para a comunidade escolar com o intuito de quebrar paradigmas e fortalecer a criticidade dos discentes?
Olá Yasmin! Boa noite! obrigado. Ademais, olhe realmente é complicado a questão do currículo e a cobrança que é feita ao professor em segui-lo, bem como da questão da cobrança da família.... mas acredito que nem se precisa tanto de muitos encontros para se trabalhar, à exemplo, as sugestões que foram dadas no trabalho sabe? de 1 a 3 encontros seriam suficientes.
ExcluirBoa tarde, Eduardo
ResponderExcluirAchei muito interessante sua proposta de discutir filmes em sala de aula para a quebra de estereótipos. A minha única dúvida é a seguinte: nem todo professor de história tem uma base adequada sobre o Oriente (afinal, cada pessoa possui suas próprias áreas de interesse durante a graduação); uma aula que tenta desmistificar conceitos tão difundidos em nossa sociedade precisa ser rica em conhecimento, então gostaria de saber se você possui algum conselho ou "passo a passo" de como o professor pode se preparar para falar com propriedade sobre esse assunto.
Acredito que seria indispensável a leitura de “Orientalismo: O Oriente como invenção do Ocidente”, de Said, mas, além disso, qual outras fontes poderiam ajudar nesse trabalho do professor?
Desde já agradeço a atenção. Aguardarei a resposta.
Cordialmente,
Mayara Pereira Coelho Palandi Ruzene Bassanelli.
Boa tarde Mayara! olhe nesses casos é interessante que o docente primeiro busque se aprofundar no tema.... por meio de leituras de autores do campo, participação de eventos... etc. Sobre o "passo a passo" o trabalho já da algumas sugestões... mas ela podem ser adaptadas ao contexto da turma visto que em cada turma há mil possibilidades.
ExcluirBoa noite, primeiramente gostaria de parabenizar o autor pelos apontamentos e discussões em sua pesquisa e agradecer pela sugestão de conteúdo a ser trabalhado em sala de aula. Gostaria de saber se se houve um desenvolvimento prático desse conteúdo em sala de aula trabalhando o filme Aladdin (1992)? E se houve, quais os resultados e desafios da análise e discussão do material com alunos do fundamental ou do ensino médio? (LUANA DE OLIVEIRA MATIAS)
ResponderExcluirOlá Luana! tudo bem? sim! ocorreu, e os resultados foram os melhores possíveis.
ExcluirO uso de produções cinematográficas sem dúvida proporciona grandes discussões sobre os estereótipos orientalistas, na esteira do que Saïd denuncia. No entanto, fiquei um pouco em dúvida quais foram os critérios para escolha desses filmes? Não apenas no sentido de que possa fomentar debates em sala de aula. Gostaria de saber qual os critérios objetivos? Exemplo: os filmes foram escolhidos por ser produções americanas? por usar de propaganda política? ou foram critérios de difusão e promoção dos filmes, como alcance e bilheteria? ou algum critério estético presente nessas produções? Poderia elucidar esse ponto?
ResponderExcluirBoa noite André! tudo bem? olhe os filmes foram escolhidos por serem produções ocidentes que acabam por retratar o oriente de maneira equivocada, e por serem assim são interessantes para se trabalhar com os estudantes, visto que foram produções ocidentais que criam imagens distorcidas das nações do oriente.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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