COMÉRCIO TRANSPACÍFICO: O JAPÃO COMO IMPORTADOR DE PRODUTOS DE PRODUTOS MINERAIS DO BRASIL por Matheus Henrique da Silva Alcântara e José Otávio Aguiar


O Império do Japão na década de 1930 incluía um vasto e complexo território, a parte principal eram as quatro ilhas (Hokkaido, Honshu, Shikoku, e Kyushu), sendo a maior delas Honshu, onde estavam localizadas as suas principais cidades e centros industriais. Ao norte estendia-se até a parte sul da ilha de Sakhalina (Sacalina), e ao sul até a ilha de Formosa (também conhecida como Taiwan), bem como diversas pequenas ilhas no Oceano Pacífico. Além destes territórios a bandeira do sol nascente também administrava as antigas colônias alemãs do Pacífico, deste o fim da Grande Guerra. Em sua corrida imperialista na Ásia, o Japão controlava diretamente a península coreana desde 1910, e a região nordeste da China, conhecida como Manchúria onde estabeleceu um estado fantoche em 1932. Esse expansionismo colonial se deveu em grande parte a “consciência de vulnerabilidade” que permeava a administração japonesa, devido á falta de recursos minerais, e o controle do comércio e importações no Oceano Pacífico nas mãos de potências estrangeiras, segundo Eric Hobsbawn (1995):

 

“Mas o Japão, cuja industrialização avançava a passos largos, embora em tamanho absoluto a economia ainda fosse bastante modesta – 2,5% da produção mundial no fim da década de 1920 -, sem dúvida achava que merecia uma fatia maior do bolo do Extremo Oriente do que as potências imperiais brancas lhe concediam. Além disso, os japoneses tinham uma aguda consciência de vulnerabilidade de um país ao qual faltavam praticamente todos os recursos naturais necessários a uma economia moderna, cujas importações estavam á mercê de interferências de marinhas estrangeiras, e as exportações á mercê do mercado dos EUA. A pressão militar para a criação de um império territorial próximo na China, dizia-se, logo encurtaria as linhas de comunicação japonesas, e assim as tornaria menos vulneráveis”. (HOBSBAWN, 1995, p. 44)

 

Para compreendermos este complexo paradigma que é a expansão japonesa no continente asiático, é necessário retornar ao período de abertura econômica durante a Era Meiji(1868-1912) que resultou na retomada das relações políticas e econômicas do povo japonês com o exterior, bem como proporcionou o processo de industrialização do país, através da aquisição de tecnologia, substituição das importações, e ampliação do mercado consumidor interno e externo. No início do século XX, o Japão havia se transformado no único país industrializado do Leste Asiático, tornando-se exportador de capitais, como o governo e empresas privadas investindo em outros países da região (MIYAZAKI,2009). Segundo o economista Silvio Yoshiro Mizuguchi Miyazaki, o processo de industrialização do Japão começou com o estabelecimento do Ministério da Indústria em 1870, e com a construção de uma indústria de base, fundamentada na extração mineral:

 

“O governo promoveu a industrialização por meio de medidas tais como o estabelecimento do Ministério da Indústria em 1870, a importação de tecnologia do exterior e o investimento na indústria. Em 1874, foi estabelecida a primeira mina de carvão e outras oito foram desenvolvidas; em 1881, investiu-se numa moderna forma de extração de minério de ferro e foram construídas uma fábrica de máquina-ferramenta em 1871, uma planta de cimento em 1875, uma fábrica de vidro em 1876 e uma de tijolos em 1878, além de fundições e minas de ouro e prata”. (MIYAZAKI, 2009, p. 23)

 

A Guerra Russo-Japonesa e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) estimularam a expansão territorial e econômica japonesa, a primeira resultou na anexação de territórios chineses e da península coreana a órbita de Tóquio, enquanto a segunda promoveu o aumento da produção de bens manufaturados, e a abertura de novos mercados consumidores no continente americano; devido á interrupção das exportações dos países europeus imersos no conflito, bem como ganhos territoriais com a concessão aos japoneses das áreas até então controladas pelos alemães no Leste Asiático. O Japão empreendeu um processo de industrialização de suas colônias, com a construção de ferrovias, e o estabelecimento de empresas de extração mineral e metalurgia, pois a proximidade geográfica favorecia a industrialização nacional japonesa, que carecia de matéria-prima para abastecer suas indústrias:

 

“Mas mesmo governos imperiais podiam ter motivos para industrializar suas colônias, embora o único caso em que isso tivesse sido sistematicamente feito fosse pelo Japão, que desenvolveu indústrias pesadas na Coreia (anexada em 1911) e, depois de 1931, na Manchúria e Taiwan, porque essas colônias ricas em recursos ficavam suficientemente próximas da pátria exígua e notoriamente pobre em matérias-primas para servir diretamente á industrialização nacional japonesa”. (HOBSBAWN, 1995, p.204)

 

Deste modo, a expansão territorial japonesa permitiu a expansão do mercado consumidor de bens industrializados, enquanto os países anexados forneciam matérias primas para sua indústria. Como consequência a nação japonesa transmutou-se em uma das grandes potências, destacando-se nos setores militar, industrial e de colonização. Para movimentar está robusta máquina em expansão, os japoneses necessitavam de matérias-primas. De acordo com o estudo de Luciano Jacques de Moraes, então diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral em 1940, o Japão apresentava um quadro crônico de carência dos principais produtos minerais essenciais para o abastecimento da indústria nacional japonesa, o que fundamenta em parte do seu desejo colonial:

Figura 1º: Autossuficiência das grandes nações em recursos minerais. Autor: Luciano Jacques de Morais- DNPM. Fonte: Coleção Revista de Mineração e Metalurgia nº21 Maio-Junho de 1940, p.11. 

 

Os recursos minerais do Japão e colônias incluíam carvão e ferro em abundância, que o colocava respectivamente sexto lugar na produção mundial de carvão e aço, contudo, o acelerado processo de industrialização necessitava da expansão da oferta de matérias-primas minerais. Procurando sanar a falta de matéria-prima o país recorre-se a importação para suprir as necessidades de sua indústria. Por exemplo, os minérios de ferro, mica, manganês, níquel, cobre, entre outros; que eram importados de suas colônias, ou de outros países, como Índia Britânica, Austrália, Rússia, China e até mesmo no Chile. Com relação ao Brasil, o Japão era um grande importador de cristais de quartzo.

 

No início do século XX, cidade de Kofu na província de Yamanashi se estabeleceu uma prospera indústria de extração, beneficiamento e lapidação de quartzo para fins ornamentais, com mais de 120 pequenas empresas, cujo material era exportado para os mercados consumidores dos Estados Unidos e de alguns países da Europa. Contudo a matéria-prima existente não era suficiente para atender a demanda conjunta das indústrias de ornamentos, de equipamentos radioelétricos, e ótica então em ascensão.

 

Em 1918, a firma Shinohara Shokai realizou sua primeira encomenda de cristais de quartzo do Brasil, em 1930 o país era responsável por mais de 80% do fornecimento deste mineral para o Japão. O quartzo brasileiro provinha principalmente dos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, como também da Paraíba, de onde era extraído nos arredores do distrito de Pedra Branca, no município de Picuí pela firma de Manoel Francisco Monteiro. Segundo Raul Boop, então Cônsul do Brasil em Yokohama (1935-1938), havia um triângulo comercial entre o Brasil, Japão e Estados Unidos com relação ás peças de quartzo:  “No período de 1926 a 1931, cêrca de 80% do cristal importado pelo Japão e em especial do Brasil era aplicado na confecção de colares de cristal, que tinham grande colocação nos Estados Unidos, chegando a uma média de exportação anual de.... 1.800.000 yen”. (BOOP, 1938, p. 87)

 

Após a crise de 1929, as vendas de peças ornamentais e colares declinaram rapidamente, atingindo em peso a indústria de Kofu, e diminuindo drasticamente as importações. Todavia, na mesma época o quartzo passou a ter utilização industrial em larga escala, na fabricação de artigos óticos, equipamento radioelétricos e até mesmo na metalurgia. Duas empresas japonesas se destacaram neste setor, Meisho Denko e Tóquio Denki, na produção de equipamentos para os departamentos do exército e marinha. Isto provocou a retomada das importações de cristal de quartzo, especialmente brasileiro para atender a nova demanda. Essa dinamização do sistema industrial japonês deve-se em grande parte a uma economia capitalista não liberal, coordenada pelas forças militares imperiais em um esforço conjunto para empreender seu aparelhamento bélico.

 

 

Gráfico 1º: Exportação brasileira de cristais de quarzto para o Japão (1934-1937). Fonte: Revista Brasileira de Mineração e Metalurgia (1936-1950)

 

Ao analisarmos os dados presentes no gráfico, podemos perceber a existência de um lucrativo e intrincado comércio mineral que envolvia o Brasil e o Japão, com relação á produção e consumo de cristais de quartzo que se manteve estável até a declaração brasileira de rompimento diplomático com os países do Eixo em 1942. Em 1938 dois engenheiros de minas japoneses, Yoshio Tsuboi e Yaozo Fukihara, representantes respectivamente da Sumitomo Minig Co. e da Mitsubishi Minig Co., desembarcaram no Brasil em missão especial para promover um estudo sobre as possibilidades minerais e comerciais do Brasil, sendo recepcionados pelo pessoal técnico do DNPM e Luciano de Jacques de Moraes.

 

Entre 1938 e 1939, o acirramento das disputas europeias provocadas pelo expansionismo alemão na Europa e o japonês na Ásia, despertou o temor nos Estados Unidos sobre a possibilidade de serem privados de recursos minerais importados dos respectivos continentes bem como de seus mercados consumidores. O congresso norte-americano ordenou a aquisição de reservas de minerais e metais cujo abastecimento doméstico era considerado insuficiente para atender a demanda industrial e militar, e, portanto, deveriam ser importados. Ficando o Departamento de Guerra dos Estados Unidos responsável pela formulação e classificação destes materiais essenciais em três categorias: a) materiais estratégicos: são aqueles que as fontes de abastecimento se encontram total ou parcialmente no estrangeiro, e não há estoque suficiente para suprir a demanda de consumo; b) materiais críticos: são aqueles que podem ser obtidos no país, mas que necessitam de uma complementação; c) materiais essenciais nem estratégicos nem críticos: são aqueles materiais os quais o país apresenta reservas consideráveis, mas que devem ficar sobre vigilância, pois poderão ser reclassificados. Entre esses minerais estava o quartzo, que passou a desempenhar um papel cada vez mais importante na indústria bélica, devido a sua utilização na fabricação de lentes piezoelétricos fundamentais para a construção de equipamento de ondas ultrassônicas, como radares, sonares e rádios de comunicação. 

 

Os Estados Unidos consideravam a expansão do Japão, como uma extensão do poder do Eixo no Sudoeste Asiático, que era uma importante área de comércio para as indústrias norte-americanas. O que resultou na adoção de severas sanções econômicas sobre o Japão, afetando o comércio, indústria e abastecimento que dependiam em grande parte das comunicações marítimas. Esta disputa procedeu no ataque japonês a base naval norte-americana de Pearl Habor no Havaí, em 7 de dezembro de 1941, e a expansão dos japoneses no Sudoeste Asiático. O que abalou sensivelmente o triângulo comercial que existia entre os três países entorno da exploração, processamento e consumo e objetos e instrumentos eletrônicos construídos com base em cristais de quartzo. O comércio transoceânico entre o Brasil e o Japão continuou durante os anos de 1940 e 1941, quando exportamos respectivamente 446,926 e 310,702 toneladas de cristais de quartzo para fins industriais para a nação japonesa. Além disso, o Brasil continuou a exportar quartzo, mica, chumbo, entre outros minerais para o Japão até o primeiro semestre de 1942, quando se tornou insuportável á pressão norte-americana para que o Brasil entrasse no conflito ao lado dos Aliados.

 

No espírito de promover a cooperação entre os Estados Unidos e as repúblicas latino-americanas, é realizado o 1º Congresso Pan-Americano de Engenharia de Minas e Geologia realizado em Santiago (Chile), entre os dias 15 e 24 de janeiro de 1942, onde compareceram 16 delegações oficiais, incluindo a brasileira. Este congresso atuou no estreitamento das relações políticas e comerciais entre as nações presente, resultando na construção de um programa de produção mineral para a defesa do hemisfério, que em grande parte privilegiava a importação de minerais essenciais á indústria bélica norte-americana, mas que em contrapartida permitiria aos países latinos a preferência na importação máquinas e matérias primas destinadas á indústria mineira e metalúrgica. O que em tese representou o esforço americano em estruturar seu suprimento de matéria prima mineral durante a guerra, em troca de maquinarias essenciais para a indústria de base.

 

O rompimento diplomático do Brasil com o Japão viria apenas em 28 de janeiro de 1942, na III Reunião dos Chanceleres Americanos onde o Brasil, sobre grande comoção pelas vítimas do ataque de Pearl Habor e dos naufrágios de navios mercantes brasileiros causados por submarinos alemães, cessa relações diplomáticas e comerciais com os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Este ato aproximou o governo brasileiro dos norte-americanos, sendo selada sua aliança política e econômica com quando da assinatura dos Acordos de Washington, neste conjunto de documentos, assinados em 3 de março, previam a cooperação econômica e militar entre o Brasil, os Estados Unidos da América, e o Reino Unido.

 

Entre os acordos firmados em Washington, ficou firmado que o Brasil também exportaria outros minérios, com cotas de exportação para os dois próximos anos (1941-1942), e estes produtos seriam comprados pela Metal Reserve Corporation em conjunto com a Rubber Reserve Corporation. Entre esses minerais podemos citar: minério de berilo (1.600t/ano); cromita (6.000t/ano); diamantes industriais (300.000quilates/ano); minério de manganês (500.000t/ano); mica (2.000t/ano); quartzo (2.000t/ano); rutílo (800t/ano); zircônio (1.600t/ano) (ABREU, 1999, p. 343-349). Que apesar de serem exportados em grandes quantidades para os Estados Unidos e Reino Unido, não atingiram as metas estipuladas, devido falta de mecanização dos processos de exploração mineral no Brasil, em conjunto com ausência de infraestrutura para o transporte.

 

Em 31 de agosto de 1942 o governo de Getúlio Vargas declara estado de guerra em todo o território nacional, declarando guerra á Alemanha nazista e a Itália fascista. Em troca o Brasil recebeu apoio econômico para a criação de estatais, e deveria incentivar a extração mineral no território brasileiro, para atender a demanda dos mercados bélicos das duas nações. Como consequência o governo brasileiro decidiu estatizar a Companhia Brasileira de Mineração foi ratificado pelo Decreto-Lei nº 4.352, de 1º de junho de 1942. O documento também previa a criação de uma empresa de caráter misto, entre o governo americano e brasileiro, denominada de Companhia Vale do Rio Doce S.A., que além das minas da Companhia Brasileira de Mineração, possuía também a sua estrada de ferro Vitória-a-Minas. Além disso, previa indenizações aos acionistas, na forma de títulos da nova empresa, ou monetariamente pelo Tesouro Nacional. A mesma empresa possuiria capital inicial de 200 milhões de cruzeiros (BASTOS; FONSECA, 2012).

 

O alinhamento com os Estados Unidos proporcionou o incremento da atividade de exploração mineral em todo o território nacional que passou a ser analisado e pesquisado pelos técnicos do DNPM, em busca dos minerais-estratégicos, matérias primas considerados essenciais para o esforço de guerra norte-americano que incluía em sua lista, o minério de quartzo para a produção de lentes e equipamentos radioelétricos. De acordo com a tabela a seguir, há aumento na exportação deste minério para os países aliados e sua diminuição quando finda a guerra.

  

Figura 2º: Exportação Brasileira de Quartzo. Fonte: Coleção Revista de Mineração e Metalurgia nº64 outubro de 1946, p. 227. 

 

Por fim, um peculiar fato sobre a relação entre os dois países, é que o Japão não foi incluído na declaração de guerra de 1942, período no qual os dois países experimentaram um rompimento das relações diplomáticas e econômicas sem animosidade militar, que caracterizou a reação brasileira contra os alemães e italianos. Somente no dia de 5 de junho de 1945, no final da guerra, o Brasil decide participar efetivamente da guerra do Atlântico contra os japoneses.

 

Considerações finais

Em linhas gerais, a concessão de empréstimos á longo prazo, aumento das exportações brasileiras para o mercado estadunidense (especialmente de matéria-prima mineral), e o estreitamento das relações comerciais entre os dois países, corresponde aos desígnios do capitalismo estadunidense de promover uma maior presença no mercado latino-americano, sob a capa da Política da Boa Vizinhança, financiando projetos criação de uma indústria de base dirigida pelo Estado. Pois, apesar da aparente perda no comércio de tradicionais produtos manufaturados (tais como aço, laminados, folha de Flanders, entre outros) enviado ao Brasil, houve o aumento das exportações de máquinas, equipamentos pesados e suprimentos necessários a nascente indústria.

 

Deste modo, a busca pelos minerais estratégicos, pelos países em conflito (em especial pelos Estados Unidos) levou a uma expansão das atividades de mineração por todo o país, tornando os produtos desse segmento da economia, em um dos alicerces das exportações brasileiras nos anos vindouros. Como consequência desses eventos, o governo conseguiu o crédito necessário para financiar a indústria nacional.

 

A análise dos dados documentais remanescentes do comércio transoceânico entre o Brasil e Japão na década de 1930 e 1940 representa para o historiador um paradigma privilegiado de observação das trocas entre os dois países durante o período de rearmamento e de guerra. Dividido entre a adesão ao apoio das posições estratégicas dos Estados Unidos no período final da Segunda Grande Guerra e seus interesses comerciais durante o Estado-Novo, principalmente os países de regime totalitário na Europa. O Brasil oscilou estrategicamente sem tomar partido, para não afetar o comércio de exportação de produtos minerais.

 

Infelizmente devido á falta de dados completos sobre o comércio entre os dois países somos impossibilitados de estabelecer um quadro mais aprofundado sobre os impactos da paralização das exportações brasileiras para o Japão. A luz de novos documentos proporcionará debater á possível retomada deste comércio após a guerra mundial, com o restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países em 1952, quando entra em vigor o Tratado de São Francisco, reestabelecendo a soberania do Japão. Essa retomada das relações entre os dois países marca uma fase, na qual o fator econômico, estimulado pelo crescimento da economia japonesa, adquire maior importância. O crescimento econômico japonês impulsionou realização de investimentos diretos no exterior pelas empresas nipônicas. Um fator que contribuiu para o aumento dos empreendimentos japoneses no Brasil durante a década de 1950. Foi o Plano de Metas de Juscelino Kubitschek, que proporcionou um clima de crescimento econômico no país, estimulando fluxos de capitais japoneses novamente para o Brasil.

 

Referências

Autor: Graduado no curso de licenciatura em História pela Universidade Federal de Campina Grande. Atualmente aluno do curso de pós-graduação de Mestrado em História pela Universidade Federal de Campina Grande.

 

Coautor: Doutor em História e Culturas Políticas pela Universidade Federal de Minas Gerais (2003), e Pós-Doutor em História, Relações de Poder, Sociedade e Ambiente pela Universidade Federal de Pernambuco (2010). Atualmente professor da Universidade Federal de Campina Grande–PB, lecionando na Graduação, bem como nos Programas de Pós-Graduação em História (Mestrado) e Recursos Naturais (Mestrado e Doutorado interdisciplinar).

 

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4 comentários:

  1. parabéns pelo texto, tema muito interessante. o que me chamou atenção é o fato dos EUA impor sanções e bloqueios para o Japão durante a guerra, porém, nas décadas de 60 e 70 ele se torna o maior parceiro de transferência de tecnologias para o mesmo se não me engano. minha pergunta é apenas no sentido de tentar comparar se ainda existe comércio envolvendo esse setor de minerais entre BR e JAP nos dias atuais.

    CASSIANO SCHWANTES CORRÊA

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    1. Bom dia Cassiano. Muito obrigado pelo elogio. A questão da política tendênciosa dos Estados Unidos no que diz respeito aos as parcerias comerciais de seus mercados consumidores reflete o jogo de interesses econômicos ao longo do tempo. Com relação a permanência do comércio de produtos minerais entre o Brasil e Japão, houve a substituição no fornecimento de determinados produtos minerais anteriormente exportados pelo Brasil, neste caso o quartzo, enquanto que paralelamente, outros produtos minerais ganharam destaque como por exemplo o minério de ferro, que possui um vasto mercado consumidor em diversos países do continente asiático, incluindo o Japão.

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  2. Fernanda Franco Alves Azevedo6 de outubro de 2022 às 11:02

    Pesquisa interessante, parabéns. Gostaria de saber, de acordo com sua pesquisa, o Brasil era à época um grande produtor dos cristais de quartzo? Por quais razões o Japão optou comprar este minério do Brasil? Fernanda Franco Alves Azevedo

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  3. Bom dia Fernanda. Obrigado pelo elogio. Na época em questão, o Brasil era um dos principais produtores de quartzo de primeira qualidade, especialmente utilizados em ornamentos e na fabricação de produtos ópticos e radioelétricos; exportando para Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos e Grã-Bretanha. Durante a guerra o Brasil tera praticamente o monopólio da produção de quartzo, sendo responsável por mais de 95% da produção mundial. Sobre as razões para a escolha do Brasil como fornecedor de cristais de quartzo ao Japão, as fontes consultadas, apontam para a qualidade da matéria-prima brasileira que possuía uma composição cirstalografica excelente para a produção de componentes de radioelétricos necessários a confeção de equipamentos militares, como rádio comunicadores, sonares , radares e etc.

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